A grande maioria do empresariado, quando precisa de crédito, conhece bem a via crúcis: liga para o banco, toma um café com o gerente na agência, chora as pitangas para conseguir um bom empréstimo, negocia taxas de juros, oferece garantias… É nesse ambiente de sufoco que a Virgo, marketplace que conecta médias empresas ao mercado de capitais, atingiu o primeiro bilhão de operações em sua plataforma.

Em vez de empréstimos bancários, a proposta da startup é conectar empresários a 260 investidores, fundos, gestores e family offices para suprir a crescente demanda por dinheiro a custos mais baixos. Segundo o CEO da Virgo, Daniel Magalhães, a empresa vai atingir R$ 3 bilhões neste ano, puxada pelos setores imobiliário, agrícola, de indústria, energia e de recebíveis.

No ano passado, a Virgo recebeu aporte de R$ 40 milhões da XP Investimentos. “O potencial é praticamente infinito, já que as empresas brasileiras têm hoje mais de R$ 300 bilhões em crédito bancário e precisarão de ainda mais recursos para crescer”, afirmou. O horizonte de expansão é, realmente, imenso. De janeiro a novembro de 2021, o mercado de capitais concentrou mais de R$ 500 bilhões em ofertas, 67% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Além disso, as ofertas que ainda estão em análise e em andamento somam R$ 13,8 bilhões, segundo Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nesse ritmo, os bancões terão de se reinventar mais cedo do que se esperava.

(Nota publicada na edição 1258 da Revista Dinheiro)