Os 205 atletas olímpicos do País consumiram orçamento de R$ 23 milhões, contaram com patrocinadores milionários do mundo do esporte, mas não trouxeram medalha de ouro dos Jogos de Sydney, na Austrália. Agora, delegação mais discreta e modesta, de 65 atletas, e financiamento de R$ 5,3 milhões, poderá conquistar o maior prêmio do Olimpo esportivo. Na quarta-feira, 18, desembarcam em Sydney os competidores brasileiros que vão disputar a 11ª Paraolimpíada, os jogos dos portadores de deficiência física, visual ou mental. O grupo, formado por corredores como Adria Rocha dos Santos, cega, dona de três medalhas de prata em Atlanta, em 1996, tem, no entanto, um único patrocinador do setor privado, a Embratel. O atletismo e a natação, representada, entre outros, por Mauro Brasil, reservam as chances de vitória.

 

Privatizada em 1997, a Embratel é controlada pela norte-americana MCI WordCom. A companhia desembolsou R$ 300 mil para completar o orçamento do Comitê Paraolímpico, bancado pelo Ministério do Esporte e Turismo e pelo Banco do Brasil. O dinheiro foi usado na preparação e viagem dos atletas e nas despesas dos cerca de 40 acompanhantes necessários aos deficientes. ?Queremos ajudar, de acordo com nosso princípio de responsabilidade social, e não fazer publicidade?, conta Márcia Maia, coordenadora de patrocínios da Embratel. ?O apoio da Embratel é como uma porta que se abre?, comemora o secretário-geral do Comitê Paraolímpico, Vital Severino Neto. ?Esperamos que mais empresas privadas venham ser nossas parceiras.?

Popularizada pelo sorriso da modelo Ana Paula Arósio e o slogan ?Faz um 21?, a Embratel já patrocinou mais de 450 projetos sociais nos últimos dois anos por todo o País. Estima-se que gaste mais de R$ 10 milhões por ano com as contribuições. Dona da maior rede de telecomunicações de longa distância da América Latina, a companhia liga seu nome à garra e ao entusiasmo daqueles que superaram inúmeros obstáculos para chegar às quadras e pistas. ?Vamos buscar o ouro em Sydney?, avisa Neto.