Com o crescimento das exportações elevando mês a mês o saldo comercial brasileiro, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) decidiu aumentar a projeção de superávit da balança em 2017 para US$ 65 bilhões a US$ 70 bilhões. A estimativa anterior era que o superávit comercial ficaria acima dos US$ 60 bilhões.

Em 2017, até 22 de outubro, a balança acumula resultado positivo recorde de US$ 56,865 bilhões, maior do que todos os resultados anuais já registrados. Em nota, o MDIC destacou que o valor reflete o desempenho das exportações brasileiras, que acumulam alta de quase 20% no ano, com as vendas externas puxadas por automóveis, veículos de carga, produtos siderúrgicos, produtos do agronegócio e commodities minerais.

“Em termos absolutos, a exportação apresenta aumento de US$ 25 bilhões, entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2016”, afirmou o secretário de Comércio Exterior, Abrão Neto. No ano passado, até setembro, as exportações eram de US$ 139,4 bilhões e, no mesmo período deste ano, subiram para US$ 164,6 bilhões.

O ministério destacou que houve desempenho melhor do que o esperado nas vendas de produtos agrícolas, automóveis de passageiros, veículos de cargas, petróleo e derivados e produtos siderúrgicos.

No caso dos produtos agrícolas, havia incertezas no início do ano quanto à variação dos preços das commodities, que se mostraram “sustentáveis e crescentes” ao longo de 2017, segundo a pasta. Houve, por exemplo, alta nos preços de celulose (8,5%), açúcar (20%), carne de frango (9,2%) e carne bovina (5,5%). “A soja apresenta um pequeno aumento de preço de 1% no ano. Porém, como o volume é muito grande, essa variação contribui positivamente para o aumento das exportações”, avalia Abrão Neto.

Houve ainda aumento de 52% na quantidade de automóveis exportados e 26,4% na de veículos de cargas, o que foi considerado pelo secretário surpreendente. Em valores, houve crescimento nas exportações de petróleo bruto (+US$ 6,2 bilhões), minério de ferro (+US$ 5 bilhões), soja (+US$ 4,5 bilhões), automóveis de passageiros (+US$ 1,7 bilhão), produtos siderúrgicos (+US$ 1,5 bilhão), derivados de petróleo (US$ 961 milhões) e veículos de carga (US$ 604 milhões).