O uso de máscara passou a ser obrigatório, a partir desta segunda-feira (10), em áreas muito frequentadas de Paris, uma medida já adotada em várias cidades europeias que visa impedir um ressurgimento do coronavírus em meio ao verão, enquanto a OMS pediu aos governos e cidadãos do mundo colaboração para “erradicá-lo”.

Prevista inicialmente para o período de um mês, esta medida busca evitar uma segunda onda da doença, que pode ter efeitos devastadores para a economia da França.

Antes de Paris, outras cidades francesas tomaram a mesma decisão nos últimos dias, assim como outros países da Europa, como Espanha, Bélgica e Romênia.

Essa medida responde às recomendações da Organização Mundial da Saúde.

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu hoje aos governos e aos cidadãos que colaborem para “erradicar” a transmissão da COVID-19, que infectou quase 20 milhões de pessoas e matou cerca de 750.000 no mundo.

“Por trás destas estatísticas há muita dor, sofrimento”, disse Tedros.

“Muitos de vocês estão sofrendo, é um momento difícil para o mundo. Mas quero ser claro, há esperança e (…) nunca é tarde demais para reverter a epidemia”. Mas para isso “os governantes devem se mobilizar para agir e os cidadãos devem adotar novas medidas”, disse.

“Minha mensagem é clara: eliminar, eliminar, eliminar o vírus. Se eliminarmos o vírus eficazmente, poderemos abrir as empresas com toda segurança”, insistiu, revisando os casos de vários países cujos esforços deram frutos.

A Agência Europeia responsável pelas doenças infecciosas pediu aos países para “reinstaurar algumas medidas” a fim de prevenir um surto “real” da COVID-19.

“Embora muitos países agora registrem pacientes com casos leves, inclusive assintomáticos, o que aumenta o número de casos registrados, observamos um real ressurgimento de casos em muitos países que estão relacionados com a flexibilização das medidas de distanciamento social”, afirma a agência com sede em Estocolmo.

A Itália, que havia controlado a propagação, está preocupada com a situação de seus vizinhos europeus. “França, Espanha, Balcãs: a Itália está cercada pelos contágios”, alertou nesta segunda-feira o jornal Corriere della Sera.

Enquanto isso, na Alemanha dezenas de milhares de crianças voltam às aulas em quatro estados.

– “Genocídio” no Brasil –

Neste domingo, o Brasil, segundo país mais afetado atrás dos Estados Unidos, superou os 100.000 mortos. As mensagens de solidariedade às famílias em luto se multiplicaram nas redes sociais, junto às críticas raivosas contra o governo.

“O Brasil está de luto. Um genocídio provocado por um governo de incompetentes e irresponsáveis”, disse o líder do Partido Democrático Trabalhista, Ciro Gomes (centro-esquerda).

Os Estados Unidos continuam sendo o país mais afetado, com cerca de 163.000 mortes e cinco milhões de infectados.

Além da crise de saúde sem precedentes, a pandemia atingiu a economia mundial, agravou as desigualdades sociais e alterou os calendários culturais e esportivos.

As 24 horas da corrida Le Mans serão realizadas sem público nos dias 19 e 20 de setembro, após suas datas iniciais de 13 e 14 de junho serem adiadas.

As autoridades alemãs, por sua vez, rejeitaram o retorno do público aos estádios de futebol, chamando essa possibilidade de “mau sinal” enquanto há um ressurgimento da pandemia de coronavírus.

Em contrapartida, na Itália a indústria dos cruzeiros anunciou nesta segunda a retomada de suas atividades a partir de 16 de agosto.