Em sustentação oral perante o pleno do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado de defesa do presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz, pediu nesta quarta-feira, 13, que a Corte atenda seu pedido e suspenda eventual segunda denúncia contra o presidente apresentada pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. A defesa quer a suspensão até que as provas obtidas por meio da delação dos executivos do grupo J&F sejam analisadas pelo Ministério Público e pela Corte.

Para Mariz, as provas obtidas por meio da colaboração premiada do grupo podem ter sido forjadas, conter mentiras e terem sido fruto de “artimanha”. Segundo ele, os depoimentos como de Francisco de Assis, advogado da JBS, uma das empresas do grupo, e os novos áudios das conversas entre Joesley Batista, um dos donos da J&F, e Ricardo Saud, ex-executivo do grupo, mostram a “necessidade imperiosa” de verificar as provas apresentadas por eles, para que sejam usadas em eventual nova denúncia.

“Acho temerário o processamento de uma denúncia em face dos dados que estão sendo colhidos”, disse. Mariz afirmou que as apurações sobre as provas apresentadas pelos delatores ainda estão em andamento. “Pessoas foram presas”, lembrou. “De forma que espero que se aguarde o término dessas investigações e se suste a vinda ou a ida de eventual denúncia dessa Casa para a Câmara até a apuração completa desses fatos”, declarou.