Pouco mais de seis meses depois de colocar no ar um ambicioso portal de conteúdo, as Organizações Globo têm um novo projeto para a área de Internet: a partir da segunda quinzena de novembro, o grupo do empresário Roberto Marinho vai transformar a Globo.com, sua empresa no universo virtual, também em provedora de acesso pago à rede de computadores, concorrendo com nomes já estabelecidos como Terra e UOL. Financiada com os US$ 810 milhões recebidos com a venda, em junho, de 30% do negócio para a Itália Telecom, a estrutura para oferecer o serviço está sendo montada em vários Estados ? e deve incluir também acordos com companhias de telefonia fixa. Campeões disparados de audiência na televisão, os Marinho sonham alto. ?Seremos a primeira empresa do ramo no País em menos de dois anos?, arrisca Luiz Carlos Boucinhas, diretor-presidente da Globo.com. ?Temos o conteúdo de todas as empresas das Organizações Globo para atingir o objetivo?, declarou à DINHEIRO.

O trunfo pode ser poderoso, mas até agora não surtiu os efeitos desejados no portal. Mesmo com a força da marca Globo e com uma maciça campanha publicitária nos veículos do grupo, com a presença ostensiva de artistas, os números da Globo.com ainda são modestos comparados com o da concorrência. A empresa afirma ter 800 mil usuários cadastrados em seu serviço de e-mail gratuito, cerca de um terço do total dos líderes de mercado. Por isso, Boucinhas tenta alavancar o negócio em outras frentes. Recentemente, fechou um acordo com a Caixa Econômica Federal, que financiará a aquisição de 1 milhão de PCs e dará assinatura gratuita do provedor durante dois anos. Esse recurso, no entanto, é uma estratégia temporária para entrar no mercado. Boucinhas não quer nem ouvir falar em Internet gratuita sem limite. ?Nosso preço para assinante será de R$ 19,95 por mês. Os provedores brasileiros precisam dessa receita, pois não conseguem dinheiro suficiente com anúncios ou comissões sobre vendas das lojas virtuais.?