Mais detalhes sobre o caso do cônsul alemão, Uwe Herbert Hahn, de 60 anos, suspeito de matar o marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, vieram à tona. Biot faleceu na sexta-feira (5), e, segundo a polícia, ele pode ter sido assassinado por Hahn no apartamento em que moravam, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Os dois eram casados havia 23 anos, mas, de acordo com apuração da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Hahn seria violento com Biot e brigas e agressões eram constantes no relacionamento, segundo depoimento de um amigo espanhol de Biot, prestado nesta segunda-feira (8).

Polícia investiga se belga foi dopado antes de ser morto por cônsul

Herança de R$ 3 milhões

O espanhol contou à polícia que recentemente Biot havia rompido o relacionamento, e que foi para a Bélgica. As despesas foram pagas por um amigo local. Após três meses, Biot voltou ao Brasil e reatou o casamento. Os dois estavam se mudando para o Haiti. As informações são do UOL.

O espanhol conta ainda que o amigo da vítima teria falecido pouco tempo depois e deixado uma herança de R$ 600 mil euros (o equivalente a R$ 3,1 milhões) para Biot. A partir deste momento, as brigas entre os dois teriam sido ainda mais frequentes, pois o belga não dependia mais financeiramente de Hahn.

Relatos de violência

O espanhol, que também havia ficado amigo do irmão do belga, entrou em contato com o parente, que mostrou algumas mensagens que Biot havia mandado. As mensagens foram apresentadas à polícia. Entre elas, uma imagem de 17 de julho mostra um ferimento. “Eu te ligo outro dia. É um inferno aqui com o Uwe”, escreveu Biot na ocasião. O irmão respondeu: “Não se preocupe. Tenha coragem”.

O belga continuou dizendo que “iria para a polícia”, e em seguida enviou uma foto do próprio queixo ferido. 

Uma faxineira que trabalhava para o casal também foi ouvida pela polícia e detalhou que “em abril ou maio” presenciou a porta da despensa e um vidro do armário da cozinha quebrados, como se tivessem sido atingidos por um soco ou objeto.

Ela também notou que “por duas ou três vezes” manchas de sangue estavam presentes na fronha do travesseiro usado por Biot, e em julho o belga estava com a testa cortada.

Para a polícia, o relacionamento entre o cônsul alemão e Biot era abusivo, e o belga era vítima de violência doméstica. Hahn segue preso desde a noite de sábado (6).

*Com informações do Estadão Conteúdo