Maria Silvia Bastos Marques deixou a presidência da CSN, há cinco meses, dizendo que queria dedicar mais tempo aos filhos. Na época, afirmou sentir inveja das mães que buscavam as crianças na escola. Ao que parece, ela não se adaptou à vida de dona-de-casa. No último dia 12, ela oficializou a parceria com Carlos Guedes e Claudio Coutinho, sócios do banco carioca CR2. Nascia a consultoria MS&CR2. ?A concepção do negócio foi há muito tempo, quando trabalhávamos na separação da CSN com a Companhia Vale do Rio Doce?, afirma a ex-executiva. Na mesma tarde, eles assinavam o contrato com o primeiro cliente, a Embratel, com quem negociavam há três semanas. A missão do trio é ajudar a companhia a sair de uma complicada situação. Com uma dívida de R$ 800 milhões de curto prazo, necessidade de novos investimentos e em briga com as concorrentes, a Embratel é um desafio enorme mesmo para a ex-dama do aço. Maria Silvia, porém, encara como um presente. ?Tivemos muita sorte e uma excelente oportunidade de mostrar nosso trabalho?, diz. No dia seguinte, os três estavam instalados em uma sala no prédio da operadora.

E não foi por vontade de mostrar serviço que Maria Silvia, Guedes e Coutinho se instalaram por lá. A filosofia da consultoria é que os clientes sejam assessorados diretamente pelos sócios e com exclusividade. Eles só podem aceitar outras empresas de telecomunicações como cliente um ano depois de acabar o projeto com a operadora. ?Por enquanto, poderemos ter projetos menores que não atrapalhem as coisas aqui?, explica a nova consultora. Para ela, outros grandes contratos só serão aceitos com a entrada de novos sócios para acompanhá-los. A lista de possíveis parceiros já conta com alguns nomes, mantidos em sigilo por Maria Silvia porque ainda irão demorar para decidir quem serão eles. ?A prioridade é a reestruturação financeira da Embratel. ?Depois, partiremos para a parte administrativa e de planejamento.? Pelo visto, Maria Silvia prefere uma agenda cheia à fila dupla na porta do colégio.