Enquanto as más notícias se espalham no meio da pandemia do novo coronavírus, os resultados do primeiro trimestre da BRF surpreenderam positivamente os analistas. Baseada nos embarques para a China e em um mercado interno aquecido para alimentos processados no primeiro trimestre, a companhia dona das marcas Perdigão e Sadia atingiu margem Ebitda ajustado de 13,1%, o mais alta desde 2017. Além disso, as vendas de alimentos processados no Brasil foram 14,9% maiores em relação ao mesmo período de 2019.

A empresa também estendeu seu prazo de endividamento de 3,1 para 4,5 anos e contratou linhas de crédito de R$ 1,4 bilhão com prazo de um ano, garantindo liquidez imediata de R$ 10,5 bilhões ao fim do primeiro trimestre. O anúncio garantiu um aumento de R$ 1,7 bilhão de seu valor de mercado, apenas na segunda-feira 11. Isso permitiu que recuperasse parte da perda de valor sofrida em 2020, que chegou a
R$ 11,6 bilhões. O valor de mercado atual da BRF é de R$ 16,9 bilhões.

EMISSÕES
Via Varejo, Centauro e Estapar na agenda B3

Na contramão do congelamento de novas emissões de ações, está na agenda da B3 não só o IPO da Estapar, prometido para a sexta-feira 15. A Via Varejo e a Centauro estariam também buscando recursos num follow-on (lançamento subsequentes de ações), como forma de reforçar caixa. O vazamento das informações, no jornal Valor Econômico, provocou queda nas ações da Via Varejo, e a empresa confirmou que buscará R$ 5 bilhões no mercado. Esse valor implicaria numa diluição de 50% da participação da empresa, considerando a sua atual capitalização. Já a Centauro, varejista de artigos esportivos, estaria atrás de um reforço de R$ 500 milhões no caixa para enfrentar o desafio de permanecer com as lojas fechadas e a crise econômica subsequente à pandemia.

FRAUDE
SEC incentiva delações

A Securities and Exchange Comission (SEC) órgão americano equivalente à CVM no Brasil, anunciou que seu último prêmio a delator de práticas ilegais no mercado de capitais foi de US$ 2 milhões. A denúncia ajudou a esclarecer uma fraude e a recuperar o dinheiro dos investidores. A SEC recebia críticas por dar poucos estímulos para às pessoas para que revelassem fraudes ao sistema financeiro. Neste ano fiscal, iniciado em outubro, ela já pagou US$ 64 milhões a 16 denunciantes.

CAPTAÇÃO
Arcelor Mittal avalia buscar US$ 2 bilhões para reduzir dívida

Divulgação

Depois de divulgar perdas de mais de US$ 1 bilhão, no primeiro trimestre, e suspender o pagamento de dividendos, a siderúrgica ArcelorMittal sediada em Luxemburgo vai buscar uma maior proteção ao seu balanço patrimonial. O valor pretendido é de US$ 2 bilhões. Para conseguir isso, anunciou que levantará 20% de seu valor de mercado por meio de ações e bônus de conversão obrigatória. A família indiana Mittal, controladora do negócio, também contribuirá com mais US$ 200 milhões para aumentar o patrimônio da empresa. O plano é reduzir a dívida líquida de US$ 9,5 bilhões para US$ 7,5 bilhões.

DINHEIRO
Prejuízo na Casa da Moeda

Pelo terceiro ano seguido, a Casa da Moeda registrou prejuízo. No ano passado, as perdas líquidas foram de R$ 86,8 milhões, queda de 7% frente ao rombo de R$ 93,4 milhões de 2018. A receita líquida, no entanto, subiu 12,3%, para R$ 1,162 bilhão. Desde novembro do ano passado, a Casa da Moeda não tem mais a exclusividade para produzir moeda metálica, papel moeda e passaporte no Brasil. Depois de medida provisória aprovada no Congresso, o País agora pode comprar esses produtos no mercado internacional.

EXECUTIVOS
Paulo Leme na XP

O experiente executivo Paulo Leme, que foi por uma década economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) e por 25 anos presidiu o Goldman Sachs no Brasil, assumirá uma nova função na XP. Ele será presidente do comitê global de alocação do private da empresa. Como função de definir estratégias de investimentos para os clientes de gestão de fortunas, o comitê está vinculado à XP Private, comandada pelo sócio Beny Podlubny.