Papéís avulsos

A Marfrig anunciou, na semana passada, que o processo de venda da Keystone Foods avançou para a segunda fase. O frigorífico cujo Conselho é comandado por Marcos Molina informou que há cinco interessados na compra da subsidiária anglo-americana, que fornece alimentos processados para redes de fast food como o McDonald’s. Os nomes dos candidatos não foram divulgados mas, segundo analistas, as americanas Tyson Foods e Cargill e a chinesa Fosun International devem ser as principais interessadas. Uma proposta vinculante de compra deve ser entregue à Marfrig no início de junho e a expectativa do frigorífico é obter US$ 3 bilhões com a negociação. A venda da subsidiária é importante na mudança de orientação da companhia, que está reduzindo o foco nos alimentos processados e reforçando sua atuação no segmento de carne bovina. A transação também deve reduzir a dívida da Marfrig para 2,5 vezes a geração de caixa medida pelo Ebitda, ante 3,67 vezes do fim do primeiro trimestre deste ano.

 

Infraestrutura

CCR quer rever concessão da BR-163

A CCR quer rever a concessão da rodovia BR-163, no Mato Grosso do Sul. A companhia explora 847 quilômetros da estrada por meio de sua subsidiária MSVia e deveria investir R$ 4,3 bilhões para a duplicação do trecho. No entanto, a CCR vem enfrentando problemas para o financiamento da obra e ameaça rescindir o contrato caso o governo não concorde com as mudanças, devido a “alterações econômicas imprevisíveis”. No ano, as ações recuam 30,7%.

 

Mercado

Antonio Quintella presidirá Conselho da B3

Antonio Carlos Quintella vai assumir a presidência do Conselho de Administração da B3 a partir do dia 1º de junho, em substituição a Pedro Parente. O presidente da Petrobras vai passar a chefiar o board da BRF e, como seu contrato com a estatal só lhe permite participar de um conselho fora da petrolífera, Parente deixará a B3. Experiente no mercado, Quintella presidiu o banco Credit Suisse no Brasil entre 2004 e 2012 e era vice-presidente do Conselho da Bolsa. No ano, as ações sobem 2,89%.

 

Touro x Urso

A decisão da Petrobras, na noite da quarta-feira 23, de reduzir em 10% os preços do óleo diesel para tentar encerrar a greve dos caminhoneiros repercutiu mal no mercado. As ações chegaram a cair 15% no pior momento do dia e fecharam a R$ 20,08 queda de 13,7%. Isso levou o Índice Bovespa a fechar em 80.122 pontos, queda de 0,9%. Na mínima, o índice chegou a 79.092 pontos.

 

Destaque no pregão

Braskem sobe com rumor de compra

As ações PNA da Braskem subiram 5,6% na quinta-feira 24, fechando a R$ 48,48 devido a rumores de avanço na proposta de compra do controle da empresa petroquímica pela holandesa LyondellBasell, terceira maior produtora de resinas do mundo. Com a eventual aquisição da Braskem, a companhia holandesa assumiria a primeira posição. A LyondellBasell teria avaliado a empresa brasileira, controlada pela Odebrecht e pela Petrobras, em R$ 41,5 bilhões. O pagamento envolveria dinheiro e ações. Em nota, a Braskem informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que a Odebrecht negou ter recebido uma proposta dos holandeses. A Petrobras não comentou o assunto.

Palavra do analista:
Segundo Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos, a oferta da LyondellBasell equivale a um prêmio de 13% sobre as cotações da Braskem no mercado e avalia a companhia brasileira em seis vezes o valor medido pela relação entre dívidas e geração de caixa, relação conhecida como enterprise value, o que deve sustentar um movimento de valorização nos próximos dias.

 

Finanças

Banco Inter tem novos sócios

Dois investidores adquiriram participações relevantes no Banco Inter na semana passada por R$ 165 milhões no total. A instituição financeira presidida por João Vitor Menin recebeu R$ 69,2 milhões do fundo Apex Capital, que comprou 3,6 milhões de ações e ficou com 7,3% de participação. O Deutsche Bank investiu R$ 75,8 milhões em quatro milhões de ações por e ficou com 8,3% de participação.

 

 

Mercado em números

CPFL Geração
R$ 1,4 bilhão – É o valor que o Conselho de Administração da companhia aprovou na semana passada para a emissão de debêntures.

FLEX
R$ 580 milhões – Foi o faturamento da empresa de software de gestão de clientes (CRM)em 2017. A Flex listou suas ações no Bovespa Mais, segmento de acesso da B3.

VIVER
R$ 571,2 milhões – É o valor do aumento de capital que a construtora promoveu na semana passada com a emissão de 288,5 mil novas ações, negociadas a R$ 1,98

LOCALIZA
R$ 504,5 milhões – É o valor que a locadora de veículos pagou para resgatar debêntures antecipadamente. Os recursos foram captados no mercado internacional

VALID
R$ 360 milhões – É o valor que o Conselho de Administração da companhia de segurança e meios de pagamento aprovou para a emissão de debêntures com vencimento em cinco anos