A Marcopolo reportou lucro líquido de R$ 90,707 milhões em 2020. O valor representa queda de 57,22% na comparação com o lucro líquido de R$ 212,029 milhões de igual período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, em balanço enviado à CVM.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 268,5 milhões no ano, queda de 20,6% ante 2019.

Enquanto isso, a receita da companhia fechou o ano em R$ 3,589 bilhões. O resultado representa queda de 17,81% ante a cifra de R$ 4,367 bilhões na mesma base de comparação.

O resultado financeiro líquido de 2020 foi negativo em R$ 123,8 milhões, ante um resultado negativo de R$ 6,4 milhões em 2019. Segundo a empresa, o resultado financeiro foi fortemente impactado pela desvalorização do real frente ao dólar americano sobre a carteira de pedidos em dólares. A companhia destaca, no entanto, realiza o hedge do câmbio das exportações no momento da confirmação dos pedidos de venda, assegurando a margem dos negócios. À medida que os produtos são entregues e faturados, a Companhia captura os benefícios da desvalorização do Real em suas margens operacionais.

Covid-19

Em seu balanço financeiro, a empresa destaca que a performance em 2020 foi fortemente influenciada pela pandemia de covid-19 e pelos ajustes realizados para mitigação de seus efeitos. “A partir da chegada da notícia sobre a doença em sua subsidiária chinesa, a Marcopolo iniciou ações de prevenção do contágio e iniciativas voltadas à adequação de custos, incluindo a adoção de férias coletivas, suspensão de contratos de trabalho, flexibilização de jornada, alongamento da carteira e aceleração do projeto de otimização de plantas”, lembra.

Em 2020, a venda de ônibus e carrocerias da Marcopolo direcionada ao mercado interno sofreu queda de 15,1%, com interrupção do processo de recuperação de volumes experimentado desde 2018. Uma queda maior foi evitada a partir das entregas para o programa federal Caminho da Escola, que respondeu por 38,8% dos volumes vendidos no Brasil.

Nas exportações, a demanda foi igualmente afetada pela pandemia na maioria dos mercados da companhia. A desvalorização do real contribui para uma maior receita, compensando parcialmente a queda de 19,2% no volume vendido. As entregas ao continente Africano foram o maior destaque, contribuindo para os resultados ao longo de todo o ano.

Dívida

O endividamento financeiro líquido totalizava R$ 919,3 milhões ao final de dezembro ante R$ 576,9 milhões registrado ao final de 2019. Desse total, R$ 523,9 milhões eram provenientes do segmento financeiro (Banco Moneo) e R$ 395,3 milhões do segmento industrial.