Qual o perfil de sua gestora?
Fundamos a Invexa há cerca de dez anos e temos R$ 200 milhões em ativos sob administração. Gerimos quatro fundos. Nosso principal produto é um fundo de ações, o Inter+ Ibovespa Ativo, que tem taxa de administração de 2,5% e investimento mínimo de R$ 10 mil. Apesar do nome, não é um fundo indexado ao Ibovespa, ele tem características de um fundo de ações livre.

Qual é a estratégia de investimentos?
Nossas principais posições são setores mais tradicionais da economia. Por exemplo, o sistema financeiro, com foco em bancos médios e bancos digitais. Além deles, temos posições importantes no setor de saúde e em energia elétrica. Mais recentemente, estamos reforçando nossas posições nos segmentos de proteína animal e em minério, especificamente ações da Vale.

O fundo utiliza derivativos?
Sim. Usamos opções e outros derivativos tanto para fazer hedge da carteira quanto para ganhos de curto prazo, quando surgem oportunidades de arbitragem. Fizemos isso no começo do ano passado.

Como foi essa operação?
Em março, quando a pandemia provocou uma forte queda das ações de empresas aéreas, nós conseguimos montar uma posição vendida em papéis desse setor, e o fundo lucrou com a desvalorização das cotações.

As mudanças na Petrobras e o aumento de impostos sobre os bancos agitaram o mercado. Qual sua avaliação?
Uma das características do mercado brasileiro é que ele é muito suscetível à influência política. Mesmo assim, a situação está razoavelmente bem definida. Não há novidades na área fiscal, a dinâmica da vacinação aqui no Brasil já está expressa nos preços, e a aprovação dos incentivos econômicos americanos também.

O que pode afetar os preços?
O que é preciso agora também não é novidade. É preciso fazer reformas que melhorem a situação fiscal. Enquanto isso não ocorrer, o mercado ficará muito suscetível às notícias.

PERDA GERAL

A pandemia custou caro à indústria de fundos. A migração dos investidores da renda fixa para alternativas mais arriscadas, como fundos multimercados e de ações, não foi o único movimento do mercado. Em todas as categorias, os resgates superaram de longe as captações. A redução do emprego obrigou muitos investidores a consumir suas economias para pagar as contas. Os maiores resgates foram registrados nos fundos de renda fixa, que tiveram a saída de cerca de R$ 1 trilhão e um saldo negativo de R$ 925 bilhões nesse período.