A guerra na família Odebrecht parece longe de terminar. Marcelo Odebrecht protocolou na Justiça de São Paulo e da Bahia documentos que acusam seu pai, Emílio, e seu irmão, Maurício, de extorsão.

Segundo a coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo, Marcelo alega que seu pai e irmão condicionaram um acordo com o grupo Odebrecht à entrega gratuita dos 20,9% de sua participação na empresa EAO, que abarca as fazendas e obras de arte da família.

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Marcelo diz ter gravado conversas, transcrições de diálogos e mensagens eletrônicas trocadas com a família, inclusive com sua mãe, Regina. Nas conversas, negociadores indicados por Emílio e Maurício teriam proposto um pagamento de R$ 30 milhões, recusado por Marcelo – seu patrimônio valeria entre R$ 150 e R$ 200 milhões.

Marcelo acusa seus familiares de usarem a Odebrecht para conseguirem vantagens às custas de seu patrimônio pessoal.

Há duas ações da Odebrecht contra Marcelo, sua mulher, Isabela, e suas filhas em São Paulo. Os processos estavam suspensos para a negociação de um acordo, que se encerraram no último dia 10 devido às acusações de extorsão.

Marcelo rompeu com seu pai depois de sua prisão em 2015, pela Lava Jato. Ele teve um acordo de delação premiada homologado em 2017 pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em que acusa o pai e o cunhado de desviarem recursos da Odebrecht e da Braskem.

Marcelo ainda acusa a direção da EAO de fraudar atas de assembleias para legitimar empréstimos irregulares de R$ 70 milhões a seu irmão.