Como está o mercado de gestão de recursos hoje?
Muito bem. Há alguns anos, os gestores de fundos tinham de gastar tempo explicando e até defendendo o produto para o investidor. Havia a memória dos planos econômicos e do confisco da poupança.

Isso melhorou?
Melhorou muito graças ao trabalho da CVM, da Anbima e da B3, que estimulam melhorias na regulamentação e investiram na autorregulação. Os bancos internacionais também disseminaram boas práticas. Agora, o foco do investidor mudou, ele está mais atento ao desempenho do fundo.

O que mudou na oferta de produtos?
Um aumento e uma diversificação muito grandes nas gestoras. Há alguns anos, as gestoras dos grandes bancos faziam tudo. Agora, há dezenas de independentes. Gestoras de fundos de ações, de fundos multimercados. Casas especializadas em fundos imobiliários e em fundos de crédito. E até gestoras de produtos alternativos: bitcoin, investimentos no exterior, metais raros como urânio e derivados da cannabis.

Essas foram as mudanças na oferta. E na demanda?
Houve uma mudança radical no mundo. Há pouco tempo os juros subiam em momentos de crise. Agora, quando a situação piora, os juros caem para estimular a economia. Isso é verdade até mesmo no Brasil. Com as expectativas para a inflação ancoradas, os juros deverão permanecer no patamar atual por muito tempo. Isso levou e vai continuar levando os investidores para produtos mais rentáveis, ou seja, mais arriscados e sofisticados. Daí a migração para os fundos de ações e multimercados, que tem sido forte e não deve arrefecer tão já.

Onde a sua gestora se coloca?
Nossa gestora, a Garde, iniciou suas atividades em 2013. Nosso produto mais conhecido é o D’Artagnan, um fundo multimercado. À medida que o mercado avançou, criamos outros produtos. Atualmente temos seis fundos, três multimercados, dois de renda fixa e um fundo de ações. Empregamos 42 pessoas e temos R$ 4,5 bilhões em ativos sob administração.