A tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), de impedir a venda de um quadrinho de super-heróis que tem uma cena de beijo gay, fez muito bem para a Bienal do Livro que terminou ontem, domingo 8. A editora Intrínseca viu as vendas de obras LGBT subirem entre 100% e 600%, a depender do título, em relação ao ano anterior. Planeta e Record também registraram aumento de vendas na casa de 70% e o selo Globo Alt, da Editora Globo, teve alta de 20%. O saldo de exemplares vendidos ainda não está disponível, mas os organizadores estimam o total em 4 milhões de livros.

O curioso é que a HQ que causou toda a polêmica, “Vingadores: A Cruzada das Crianças”, é um trabalho inexpressivo da Marvel e foi lançada discretamente em 2016 pelo Editorial Salvat. Há um mês, a Salvat, que edita essas graphic novels encadernadas da Marvel, anunciou que essa linha de publicações devido às baixas vendagens e problemas de distribuição.
Marcelo Crivella, quem diria, é um excelente vendedor de livros.