A Itália é conhecida por seus artigos de luxo e produção de produtos artesanais de qualidade internacional. De chocolates a sapatos, qualquer coisa que leve o selo de “made in italia” ganha um voto de confiança do consumidor. Em um cenário onde exportações de produtos do país começam a diminuir, os produtores italianos miram o mercado chinês para aproveitar a fama histórica.

Pilar da indústria e manufatura italiana, as pequenas e médias empresas estão “elevando sua vocação em relação a exportações” declarou Stefano Menghinello, diretor de estatísticas de negócios do departamento especializado no assunto do governo da Itália, para o senado do país.

Em 2017, 45,4% das manufaturas italianas foram destinadas a mercados externos, grande parte de pequenas e médias empresas que enxergam em outros países a oportunidade de expandir seus compradores. Menghinello também comenta que na Itália, a participação da exportação dos produtos deste tipo de empresas é maior do que a média europeia.

Entre os produtos italianos mais consumidos no exterior estão os calçados. É um mercado que movimenta 14 bilhões de euros e tem 85% de sua produção dedicada ao mercado externo. Com produtos vendidos no mundo inteiro, a China se destaca por ser o país cuja demanda mais cresce no setor. Annarita Pilotti, presidente da Assocalzaturifici, associação italiana de produtores de calçado, explica que o consumidor chinês médio procura por calçados femininos de luxo, e que para crescer dentro do país, precisa “penetrar nas chamadas cidades de níveis 2 e três”, uma vez que o mercado chinês é atípico, então é necessário “cobrir todo o mercado, não só Xangai e Pequim”.

O crescimento da demanda por calçados italianos na China vai na contramão das exportações em geral da Itália, que diminuiu 2,7% em 2018.