O procurador da República e coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, defendeu durante debate hoje no Fórum Estadão Operação Mãos Limpas & Lava Jato a prisão preventiva de investigados. Este tipo de detenção na Lava Jato, disse ele, foi decretada apenas em casos excepcionais. Dallagnol ressaltou que antes havia sinais mais firmes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre manter essas prisões preventivas, mas agora tem havido sinais no sentido contrário, ou seja, de não manter essas prisões.

“As prisões preventivas foram usadas em modo parcimonioso na Lava Jato”, disse ele, rebatendo críticas de que houve excesso de prisões preventivas na Operação. “Manter essas prisões é essencial para defender a sociedade do dano que a liberdade dessas pessoas representa.”

O procurador citou que em três momentos distintos da operação em que se mediu as prisões preventivas, havia 10% dos investigados presos. “E só 3% ainda não tinham condenação”, ressaltou ele.

Para Dallagnol, o combate à corrupção perdeu na recente decisão do STF de deixar que o Congresso tenha a última palavra sobre afastamento de parlamentares. Já se houver discussão no caso do foro privilegiado no Supremo, será um avanço positivo, disse ele.

O procurador afirmou ter “calafrios” ao pensar na possibilidade de o STF “ter encontro marcado” com a delação premiada, assim como está tendo agora com a prisão preventiva.