O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta quarta-feira, 26, que o governo central deverá realizar um déficit primário de R$ 92,2 bilhões de setembro a dezembro deste ano. Entre janeiro e agosto, o rombo foi de R$ 58,557 bilhões.

O resultado esperado nos últimos quatro meses deste ano é R$ 54,7 bilhões pior que o realizado no mesmo período de 2017, quando o saldo negativo foi de R$ 37,5 bilhões.

“De setembro a dezembro, não esperamos crescimento grande da receita líquida”, alegou o secretário. “Além disso, as receitas de concessões ficaram concentradas no último bimestre de 2017, enquanto foram melhor distribuídas ao longo do ano de 2018”, completou.

Pelo lado da despesa, o Tesouro destacou o contínuo crescimento do gasto previdenciário, a despesa com o subsídio ao diesel, o aumento das transferências para Estados e municípios, e a liberação do gasto discricionário para os ministérios no fim do ano.

“O Planejamento fará uma liberação para que o limite de pagamento dos ministérios seja igual ao limite de empenho. Os ministérios terão bons recursos para gastar nos últimos quatro meses do ano. Resta saber se esse dinheiro será de fato gasto ou se ficará empoçado”, avaliou.

Mansueto apontou que o empoçamento de recursos nos ministérios chegou a R$ 12,8 bilhões até o fim de agosto. O empoçamento referente a emendas parlamentares era de R$ 2,6 bilhões, no Ministério da Saúde era de R$ 2,0 bilhões, na Defesa era de R$ 1,5 bilhão, no Ministério da Justiça era de R$ 1,4 bilhão e na Educação era de R$ 1 bilhão.

“Existe risco do empoçamento de recursos aumentar até o fim do ano com a liberação do orçamento”, repetiu. “Estamos conversando com o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o problema de empoçamento nos ministérios. É preciso melhorar a gestão”, completou.