O senador Humberto Costa (PT-PE) esteve neste sábado (24) na manifestação popular pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro em Recife e avaliou que o ato de hoje foi o que contou com o maior número de participantes. Segundo o parlamentar, os manifestantes estavam “muito indignados com os fatos recentes”, em referência às questões reveladas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado e às ameaças às eleições feitas por Bolsonaro e agora também pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, como revelou reportagem do Estadão esta semana.

Segundo a reportagem, no dia 8 deste mês, Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político, enviou um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com a ameaça de que não haveria eleições no ano que vem, caso não fosse aprovada a proposta do voto impresso para 2022.

“Os manifestantes defenderam a democracia e a realização de eleições livres”, disse Costa ao Estadão. “(Ficou) Muito caracterizada a defesa do Estado Democrático de Direito no ato”, completou.

Nesta manhã, antes do início do protesto em Brasília, Jair Bolsonaro foi questionado pela reportagem do Estadão sobre o episódio envolvendo o ministro da Defesa. O presidente estava fazendo um passeio de moto por regiões próximas ao centro da capital federal. Em cima da moto, Bolsonaro acelerou e não respondeu à pergunta. Braga Netto acompanhou o presidente em parte do passeio, mas nesse momento em que Bolsonaro foi indagado, o ministro já não estava mais no grupo.

Humberto Costa é membro titular da CPI da Covid no Senado. O parlamentar destacou que o protesto também reforçou o apoio aos trabalhos da comissão.

Outros políticos do PT e do PSOL compareceram às manifestações deste sábado contra Bolsonaro, como o senador Paulo Rocha (PT-PA) e o vereador Chico Alencar (PSOL-Rio). Eles usaram máscara nos atos. Paulo Rocha foi à manifestação em Belém. Chico Alencar levou o cartaz “Ditadura nunca mais” ao ato no centro do Rio.

Os protestos contra o governo federal são organizados em Brasília, em outros Estados e vários outros países. Esta é a quarta manifestação organizada pela oposição ao presidente em dois meses. A primeira ocorreu em 29 de maio; a segunda, em 19 de junho; e a terceira, em 3 de julho. A movimentação do dia 19 foi a maior até o momento, com 457 atos registrados.

As manifestações de hoje defendem, assim como os anteriores, o impeachment do chefe do Executivo e criticam a condução da pandemia em nível federal. Segundo os organizadores, foram marcados mais de 400 atos, que ganharam o nome de #24JContraBolsonaro, em todos os Estados do País.