O dólar fechou em alta firme ante o real nesta quarta-feira, 8, impulsionado pelo relatório da ADP sobre o mercado de trabalho no setor privado dos EUA e pela forte queda do petróleo. Paralelamente a isso, o rumor de que o governo poderia elevar o IOF sobre operação cambiais – que foi rapidamente desmentido – causou turbulência no mercado. O dólar terminou no nível mais forte desde o fechamento de 26 de janeiro (R$ 3,1756).

O dólar à vista no balcão fechou em alta de 1,56%, a R$ 3,1675, depois de oscilar entre a mínima de R$ 3,1249 (+0,20%) e a máxima de R$ 3,1818 (+2,02%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,576 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril fechou com valorização de 1,32%, a R$ 3,1835. O volume financeiro somou US$ 18,410 bilhões. A divisa norte-americana avançou de forma generalizada, com destaque para os ganhos ante a lira turca (-1,88%), o rand sul-africano (-1,35%) e o rublo russo (-1,30%).

O relatório do setor privado reforçou bastante uma possível alta de juros nos EUA na próxima semana, ampliando expectativas pelo payroll que sai na sexta-feira. Os dados da ADP mostraram que foram criadas 298 mil vagas em fevereiro, bem acima da previsão de 188 mil. Além disso, a revisão de janeiro passou de 246 mil para 261 mil.

Também pesaram contra o apetite a queda do petróleo e o primeiro déficit comercial mensal da China desde 2014. O Brent terminou em queda de 5,02%, após os estoques semanais nos EUA cresceram 8,209 milhões de barris, ante estimativa de aumento bem menor, de 1,7 milhão de barris. Já a China reportou déficit de US$ 9,15 bilhões em fevereiro, quando as previsões eram de superávit de US$ 26,55 bilhões.

No meio disso tudo, um rumor agitou o mercado durante a tarde. Foi divulgado pela imprensa que o governo estudava elevar o IOF sobre operações cambiais como forma de aumentar suas receitas. Logo na sequência, porém, a informação foi desmentida pelo BC, que administra o mercado de câmbio, e pela Fazenda. “Não procede informação sobre o aumento de impostos”, disse o ministro Henrique Meirelles ao chegar ao Senado para uma reunião com deputados. Questionado por jornalistas, o ministro foi mais específico. “Não há decisão sobre alta do IOF”.