Há alguns dias, concedi uma entrevista para o meu amigo Aluízio Falcão da Money Report, quando tive a oportunidade de falar um pouco sobre o desempenho do mercado de Fusões & Aquisições em 2018 e as perspectivas para 2019, à luz da nova estrutura do Governo Brasileiro. Essa entrevista, em dois vídeos com cerca de 15 minutos cada, encontra-se no site da Money Report sob o título “Reformas econômicas vão impulsionar o mercado de fusões e aquisições”

Fazendo um breve resumo… Com base no relatório “Brasil Relatório Trimestral – 4T 2018” da TTR – Transaction Track Record, tivemos um 2018 com dois semestres bem distintos. Enquanto os primeiros seis meses de 2018 foram então marcados por aumento de 10% na quantidade de transações (26% de aumento no volume em Reais), no segundo semestre daquele ano houve uma redução de 13% no número de transações (28% de decréscimo no volume total), fazendo com que 2018 terminasse com uma leve contração tanto na quantidade (3%) quanto no volume (5%) quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Contração essa que foi especialmente demonstrada na faixa de transações entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões, que teve redução superior a 35% em quantidade e volume.

Claro que tamanha discrepância em sazonalidade (nada usual no mundo das Fusões & Aquisições) tem um único e grande responsável: a incerteza politica (e, consequentemente, econômica) que o Brasil viveu no segundo semestre.

Finda esta incerteza, a eleição de nossos novos Governantes trouxe uma expectativa de mudança (para melhor) em vários pontos que influenciam o mercado de F&A, com especial destaque para três: (1) o pensamento liberal de Paulo Guedes (gestão pró-business, investimentos para acelerar crescimento e programa de privatização, dentre outros), (2) a determinação de Sergio Moro no combate à corrupção, aumento da segurança jurídica e diminuição da violência e (3) o comprometimento de Jair Bolsonaro com as reformas estruturais requeridas, como a da Previdência e a Tributária.

Combinados, estes três alicerces do novo Governo podem criar um novo ciclo de investimentos e crescimento para o País (e é isso que todos nós esperamos e torcemos), que deverá devolver a confiança aos empresários e investidores, e, consequentemente, movimentar bastante o mercado de capitais e o mercado de Fusões & Aquisições. Porém, há de se entender que se trata de um processo de amadurecimento a medida que estes nossos novos Governantes (que estão apenas há um pouco mais de um mês nas suas “cadeiras”) comecem a executar as suas promessas eleitorais.

Enquanto este amadurecimento vai tomando corpo, o mercado já começa a dar sinais que acredita neste Governo e na sua capacidade de criar este novo ciclo virtuoso… Recorde da Bolsa de Valores, Recorde de Investimentos Diretos no País, recorde de Oferta Pública de Ações (OPA) e recorde no número de transações de Fusões & Aquisições são algumas das expectativas criadas pelo mercado para o ano de 2019. Otimismo exagerado? Talvez sim, talvez não…

Como já destaquei, ainda é cedo para sabermos se este Governo conseguirá efetivamente entregar tudo aquilo que está se propondo a fazer. E em qual prazo. Porém, uma coisa é certa, o inicio já é bastante animador! Tanto que há poucos dias tivemos a ótima notícia de mais uma startup brasileira entrando para o seleto grupo de “unicórnios” (termo utilizado mundialmente para aquelas startups que conseguem atingir valor de mercado de pelo menos US$ 1,0 bilhão).

Trata-se da Gympass (empresa fundada em 2012 e atua no setor de serviços de assinatura para acesso a academias, que já está presente em vários países, além do Brasil, e contando com mais de 25 mil academias cadastradas) que, segundo notícia publicada pelo jornal Valor Econômico em 25 de janeiro sob o título “Softbank faz aporte na Gympass e empresa é o novo unicórnio brasileiro”, já teria valor de mercado na casa de US$ 1,1 bilhão após aporte da Softbank.

Em se confirmando tal notícia, a Gympass seria a sexta unicórnio brasileira (as outras são: 99, Nubank, PagSeguro, Stone e Movile (iFood)), mostrando a tendência de expansão da chamada “nova economia”, que tem sido muito impulsionada pelos investimentos de altíssimo risco ou venture capital. Investimentos estes que atingiram o patamar de US$ 860 milhões em 2018, segundo dados do relatório “Venture Pulse Q4 2018” da KPMG Enterprise.

Um volume expressivo, mas ainda muito pequeno quando comparado com o volume global de mais de US$ 250 bilhões que, segundo o mesmo relatório da KPMG, foram investidos em empresas startups em 2018, contribuindo assim para o surgimento, segundo a CB Insights de 112 novas unicórnios em todo o planeta (hoje, segundo a mesma CB Insights, há 312 unicórnios de capital fechado no mundo, com valor de mercado acima de US$ 1,0 trilhão).

Estimulado pelo novo cenário político-econômico do País, também nesta área há uma expectativa que 2019 seja um ano recorde de investimentos de venture capital e do número de novas unicórnios brasileiras na lista mundial.

É esperar para ver e torcer que este realmente seja um ótimo ano para o Brasil. E tenho muita confiança que será! Pois, como diz o nosso Presidente Bolsonaro “O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. Feliz 2019, Brasil!

Um forte abraço,
Mário