O mercado de segurança privada terá de se reinventar no País quando a pandemia passar. Sistemas de controle de acesso por biometria, como pela palma da mão ou pelas digitais, darão lugar a tecnologias sem contato, como pela íris ou reconhecimento facial. Esse é o cenário descrito pelo executivo Heitor Salvador, presidente da SegurPro, empresa de segurança patrimonial do Grupo Prosegur, com faturamento de R$ 1,5 bilhão no ano passado. Algumas das maiores companhias no País, segundo ele, estão investindo pesado em novos sistemas, inclusive câmeras térmicas, que sinalizam a possibilidade de febre em visitantes ou funcionários. “Muitas empresas estão se preparando para a retomada. A adaptação da infraestrutura de segurança para esses novos tempos é fundamental”, afirma Salvador. Isso não significa que a empresa passará incólume pela crise. Embora a divisão de tecnologia deva fechar o ano com expansão de 30% neste ano, os resultados totais da companhia tendem a recuar entre 5% e 10%. Mesmo assim, a SegurPro garante que vai seguir investindo. Na semana passada, a empresa inaugurou, em São Paulo, o maior Centro de Gestão Operacional (CGO) da América Latina. O local permite monitoramento remoto 20 horas por dia e controle em tempo real. Com ele, a empresa pode controlar a presença e atuação dos 26 mil vigilantes alocados nos quase 4 mil locais de prestação de serviço de 850 clientes em todo o País. “A crise está ajudando a quebrar o paradigma do uso de novas tecnologias na segurança. É possível fazer quase tudo sem proximidade ou contato físico.”

(Nota publicada na edição 1171 da Revista Dinheiro)