Aos poucos, a tolerância do brasileiro para alimentos repletos de agrotóxicos começa a dar sinais de esgotamento. Para Tomás Abrahão, CEO da Raízs, uma das maiores plataformas de cestas de orgânicos delivery do País, “a tendência de aumento no consumo dessa categoria de alimentos já existia, mas foi acelerada durante a pandemia”. De 2014, ano de sua fundação, até 2019, quando faturou R$ 20 milhões, a empresa cresceu em média quatro vezes ao ano.

De 15 de março para cá, triplicou de tamanho. Hoje, oferece 2 mil itens comprados de 840 produtores. De acordo com o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), o percentual de brasileiros que havia consumido produtos livre de agrotóxicos passou de 17% para 19%. Frutas (25%) e verduras (24%) estão entre os prediletos. O local preferido para as compras, até o ano passado, eram as feiras (87%). Existem 786 feiras orgânicas no País, muitas com pontos físicos mantidos pelos produtores e boa parte com vendas integradas com plataformas de entrega em casa. Esse modelo, segundo a Organis, dobrou em volume de vendas após o isolamento social. Em alguns casos, a alta foi ainda maior. Produzindo orgânicos há mais de 30 anos, o sítio A Boa Terra viu suas vendas crescerem 300% no período. A maior parte dos 250 produtos comercializados é plantada na propriedade de 100 hectares. O restante vem de parceiros. “Temos uma produção 100% orgânica pensada para atender a necessidade de quem busca uma vida com mais saúde, em equilíbrio com natureza e respeitando o meio ambiente”, afirma o casal de propritárioos. As gerações futuras agradecem.

(Nota publicada na edição 1181 da Revista Dinheiro)