Mais de dois milhões de fiéis iniciaram neste domingo (19), sob um calor sufocante, a grande peregrinação a Meca, o lugar mais sagrado do Islã na Arábia Saudita.

A concentração de multidões representa um desafio logístico para as autoridades.

O “hach” (peregrinação) é um dos cinco pilares do Islã de cumprimento obrigatório para todos os muçulmanos ao menos uma vez na vida, sempre que disponham de meios para fazê-lo.

“Vir aqui é o sonho de todo o muçulmano”, é “a última viagem”, declarou à AFP Soliman Ben Mohri, um comerciante de 53 anos que mora na França.

Os peregrinos chegam a Meca, na parte oeste do reino, saídos de todo mundo, especialmente de Egito, Índia, Paquistão, Bangladesh e Sudão, detalham as autoridades.

A peregrinação termina com o Eid al-Adha, também conhecido como Festa do Sacrifício, que dura três dias e é seguido pelo ritual da “lapidação de Satanás”.

Com o passar dos anos, o hajj foi adquirindo um aspecto cada vez mais tecnológico, com diversos aplicativos de celular para ajudar os fiéis a compreender as instruções, se orientar, ou obter atendimento urgente do Crescente Vermelho saudita.

A peregrinação de 2015 ficou de luto por uma gigantesca explosão, na qual morreram 2.300 pessoas, entre elas centenas de iranianos.

A de 2018 ocorre em um momento no qual a Arábia Saudita, um país ultraconservador, encontra-se em plena transformação, com uma série de reformas que, por exemplo, permitiram que as mulheres dirijam. No entanto, ao mesmo tempo, as autoridades calam duramente as vozes dissidentes.