O desemprego é o principal motivo do endividamento no Brasil (30%). As dívidas do cartão de crédito são predominantes (53%), seguidas por lojas (34%) e contas básicas (32%).

O quadro mexeu também com a bem-estar emocional do brasileiro. Estar endividado é motivo de vergonha para 88% das pessoas, com impacto na vida social (85%) e na concentração no trabalho (76%). O sono de 85% dos entrevistados é afetado por causa das dívidas e seis em cada 10 pessoas ouvidas dizem ter sentido reflexo dos débitos no relacionamento com familiares e amigos. As dívidas impactam 62% do relacionamento entre parceiros.

Banco do Brasil faz mutirão de renegociação de dívidas

Os dados são do Estudo do Endividamento 2021, do Opinion Box e da Serasa. A pesquisa é feita anualmente e considerou os impactos da pandemia na vida financeira do consumidor.

“Infelizmente, o endividamento ainda é uma vergonha para os brasileiros, mas na maioria das vezes os débitos se acumulam por fatores externos à vontade do inadimplente” disse em nota Diogo Meister, gerente do Serasa Limpa Nome.

“Mas não pode ser motivo de vergonha uma dificuldade que no momento atinge mais de 62 milhões de cidadãos de um país com 14 milhões de desempregados”, completa Meister.

De acordo com dados da Serasa, em outubro, o Brasil registrou 63,4 milhões de inadimplentes. O valor total das dívidas alcançou R$ 253,6 bilhões. Os entrevistados afirmaram que 69% de suas compras no cartão de crédito são de alimentos e supermercados, seguidas por compra de roupas e eletrodomésticos (42%), remédios e tratamentos médicos (41%).

Ao comparar 2021 com o ano anterior, houve um aumento de 62% para 70% no número de pessoas que tiveram de fazer escolhas na hora de decidir qual dívida pagar primeiro. O percentual de reincidentes em endividamento se manteve praticamente estável de um ano para outro: 51% em 2020 e 54% em 2021.

O Estudo Endividamento 2021 ouviu 6.646 pessoas em todas as regiões do país entre 4 e 14 de novembro de 2021. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual e o intervalo de confiança é de 95%. O estudo completo está no site.