A taxa de desocupação no trimestre de setembro a novembro de 2020 foi de 14,1% – o equivalente a 14 milhões de pessoas sem emprego – e ficou estável em relação ao trimestre de junho a agosto (14,4%), segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo período de setembro a novembro de 2019 houve crescimento de 2,9 pontos percentuais no total de pessoas sem trabalho, quando o índice de desemprego era de 11,2%.

A taxa foi a mais alta para o trimestre desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. Houve, no entanto, um aumento de 4,8% no número de pessoas ocupadas no período analisado e agora o grupo de pessoas trabalhando chegou a 85,6 milhões. Desse montante, pouco mais de 3,9 milhões de trabalhadores voltaram ao mercado na passagem de um trimestre para o outro.

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Segundo o IBGE, o nível de ocupação subiu para 48,6%, alta de 1,8 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior, mas queda de 9,4% (um total de 8,8 milhões de pessoas) na comparação com o mesmo período de 2019.

A extensão da covid-19 no mercado de trabalho brasileiro

Veja a seguir mais alguns dados que indicam o dano causado pela covid-19 e pela crise econômica no mercado de trabalho:

– O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo-se trabalhadores domésticos), estimado em 30,0 milhões, cresceu 3,1% (mais 895 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e caiu 10,3% (menos 3,5 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2019.

Comparativo da taxa de desocupação segundo a série histórica da Pnad Contínua
Comparativo da taxa de desocupação segundo a série histórica da Pnad Contínua (Crédito:IBGE)

– O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (9,7 milhões de pessoas) subiu 11,2% (mais 980 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e caiu 17,6% (menos 2,1 milhões) ante o mesmo trimestre de 2019.

– O número de trabalhadores por conta própria (22,9 milhões de pessoas) subiu 6,6% (mais 1,4 milhão) contra o trimestre anterior e caiu 6,7% (ou menos 1,7 milhão de pessoas) frente ao mesmo período de 2019.

– O número de trabalhadores domésticos (4,8 milhões de pessoas) subiu 5,1% (mais 231 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e caiu 24,6% (menos 1,6 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019.

– A taxa de informalidade chegou a 39,1% da população ocupada (ou 33,5 milhões de trabalhadores informais). No trimestre anterior, a taxa foi 38,0% e, no mesmo trimestre de 2019, 41,1%.