Mais de 116,8 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar ou passando fome no Brasil, segundo pesquisa feita em dezembro de 2020 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O número, que é mais da metade do número de brasileiros, engloba pessoas que não se alimentam como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente.

Desses 116 milhões, cerca de 43 milhões (20,5% dos brasileiros) não contavam com alimentos em quantidade suficiente e 19 milhões da população (9%) estavam passando fome, maior taxa desde 2004. Além de ser o maior índice em 17 anos, é quase o dobro do registrado em 2018, quando o IBGE identificou 10 milhões de brasileiros nessa condição.

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A pesquisa ainda apontou qual o tipo de pessoa que está na linha da pobreza extrema: mulheres de periferia, chefes de família, negras e com baixo nível de escolaridade. Pelo levantamento realizado, a insegurança alimentar cresceu em todo o Brasil, mas desigualdades regionais foram acentuadas, com cidades do Nordeste e Norte como as mais afetadas pela fome.

O índice de insegurança alimentar ficou acima dos 60% no Norte e 70% no Nordeste – a média nacional é de 55,2%. A fome, por outro lado, atingiu 9% da população brasileira, mas esteve presente em 18,1% dos lares do Norte e em 13,8% das casas no Nordeste.

A Rede Penssan entrevistou famílias em 2.180 domicílios em todo o País entre os dias 5 e 24 de dezembro de 2020.

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