A Primavera chegou ao Brasil na última quinta-feira (22), um dia após o País celebrar o Dia da Árvore. Novamente uma data no calendário que parece irrelevante, não fosse pelo fato de ser uma oportunidade para a sociedade civil colocar o tema no topo da agenda. Foi justamente com o objetivo de conscientizar a população que a homenagem foi criada pelo então presidente Castello Branco, por meio do decreto 55.795, de 1965.

O resultado prático, no entanto, foi ínfimo. Em 1990, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Fundação SOS Mata Atlântica se uniram para publicar o primeiro Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, restavam apenas 8,8% de uma área original calculada em 130 milhões de hectares. Mas a boa notícia é que o relatório foi o pontapé inicial para um esforço de transformação ambiental.

Desde então, as duas entidades lideraram um trabalho contínuo de recuperação do bioma. Em 28 anos de trabalho foram 42 milhões de mudas plantadas, o que significou a restauração de 22 mil hectares. É pouco, mas ainda assim é o suficiente para que a entidade esteja entre as organizações com maior área plantada e contribuição para a restauração da Mata Atlântica. Em outras palavras, para que o País veja o bioma restaurado é necessário a união de esforços de agentes públicos ou privados. Enquanto isso, o Dia da Árvore vai se mostrando nem tão irrelevante assim.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1292 da Revista Dinheiro)