Um grande número de companhias aéreas da América Latina irão encerrar suas atividades se os voos não forem retomados nas próximas semanas, advertiu nesta quinta-feira o vice-presidente para as Américas da Iata, Peter Cerdá.

“Se as restrições ou fechamentos de fronteiras continuarem em setembro ou outubro, temos a possibilidade de a maioria das nossas companhias aéreas começarem a desaparecer em nossa região”, disse Cerdá. Nessa época, as empresas já estarão seis ou sete meses inoperantes, o que torna “muito difícil e complicado que possam sobreviver”, assinalou, em entrevista coletiva.

O executivo destacou que, em América Latina e Caribe, a ajuda estatal ao setor “foi praticamente nula, por isso temos estes resultados em nível de companhias aéreas fechando” ou se reestruturando. Em nível global, “os governos deram cerca de 130 bilhões de dólares à indústria aeronáutica para sobreviver a esta situação”, lembrou.

Cerdá explicou, no entanto, que a principal ajuda que a Iata pede aos governos “não é monetária, e sim que os governos centrais deem a ordem para a retomada do transporte aéreo em nossa região”, respeitando os protocolos de segurança.

Segundo a Iata, o número global de passageiros em 2020 deve cair 55% em comparação a 2019. Em junho, o tráfego aéreo internacional diminuiu 96,8% em comparação com o ano passado. Recentemente, a associação alertou que o tráfego aéreo mundial levará quatro anos para recuperar os níveis anteriores à pandemia.