O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta sexta-feira, 29, que a relação com PMDB ainda não foi resolvida “por falta de oportunidade”, mas que mantém suas posições quanto à neutralidade que manterá na tramitação da segunda denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer na Casa.

Em agenda no Rio de Janeiro, Maia alertou para o risco de “um incêndio fiscal no longo prazo” se o Brasil não discutir prioridades para o uso do Orçamento. Ele participou de uma reunião com reitores de todas as universidades públicas do Rio de Janeiro e de centro de pesquisa, que reivindicam mais recursos para continuar funcionando.

“Quando a gente vê o aumento dos gastos primários do governo, dos gastos obrigatórios, que não vai parar de crescer. Os gastos da Previdência deste ano para o próximo ano crescem R$ 50 bilhões”, disse a jornalistas depois da reunião.

Ele disse que apesar disso será possível atender ao pedido das universidades, já que o salvamento refere-se a cifras em torno de R$ 2 a R$ 3 bilhões. Mas que é preciso pensar no longo prazo.

O democrata comentou também a decisão do STF de ordenar o recolhimento domiciliar noturno para o senador Aécio Neves, dizendo que há um “vácuo na decisão” da suprema Corte.

“Cabe agora ao Senado tomar uma decisão, se o Supremo em plenário avançar pode ser até melhor. Mas essa decisão para mim tem um vácuo legal, mas no diálogo vai resolver. É um vácuo porque é uma prisão [domiciliar], há condições de o Supremo tomar essa decisão”.

Ele elogiou ainda a indicação do relator Bonifácio Andrade e Silva na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para a denúncia do presidente Michel Temer, destacando que ele é um dos juristas mais qualificados do País.