O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), defendeu nesta segunda-feira a importância do legado do atual governo e as votações que conduziu na liderança da Câmara, mas que num possível futuro mandato a prioridade é olhar adiante, tendo aprendido com os erros do passado. “Tivemos alguns avanços importantes, principalmente em alguns indicadores econômicos. Mas os desafios ainda são muitos”, afirmou Maia.

Maia defendeu a importância da votação de projetos no Congresso, como a adoção da taxa de juros TLP em substituição à TJLP nos financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a recuperação fiscal dos Estados. Mas lamentou que a questão da Previdência não tenha sido enfrentada.

“A questão do financiamento de todas as áreas é decisão da sociedade. Tem Estado que gasta 13% do PIB em previdência, em alguns anos vai gastar 18%. A gente nunca consegue enfrentar o tema da forma correta. Se sentar à mesa com governadores, todos serão a favor da reforma da Previdência. Mas nem todos sairão defendendo lá fora”, contou Maia, em debate com empresários do grupo Lide-Rio.

O presidente da Câmara citou que entre os itens importantes a trabalhar no País estão a criação de condições para que o setor privado tenha segurança para investir, a reorganização do mercado de plano de saúde e reformas que deem segurança jurídica.

“Quem vai querer investir num País que muda a regra do jogo a todo momento?”, questionou. “Vamos trabalhar para reduzir o tamanho do Estado brasileiro como um todo. Mas sem deixar de investir em educação e saúde para as famílias.”

Maia declarou que não adianta ter grandes universidades sem ter ensino fundamental. Segundo ele, a decisão sobre o que será o Estado brasileiro caberá a todos em conjunto, mas é inviável continuar com as despesas da forma como estão organizadas hoje no Brasil. “É preciso escolher prioridades”, resumiu.

Maia disse que já conversou com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, sobre o projeto de cessão onerosa “para dar a ela condições de vender o que ela tinha, de vender os barris de petróleo que ela não vai conseguir produzir”. O presidente da Câmara disse temer, porém, que fazer a reforma tributária num momento em que Estados e municípios necessitam de mais recursos possa ter o efeito contrário ao desejado, uma vez que os governos estão em um momento em que precisam ampliar suas receitas.

“A questão da reforma tributária, tenho muito medo. Porque Estados e municípios estão sem recursos. Tenho medo que em vez de ela simplificar o sistema, saia algo ainda pior”, reconheceu.

Segundo ele, um projeto “que está difícil de andar” é o que reorganiza as agências reguladoras. A escolha de dirigentes atualmente seria aleatória. “Ter agências reguladoras de melhor qualidade certamente vai garantir mais investimentos não apenas no Rio, mas no Brasil”, avaliou.

O presidente da Câmara acredita que reorganizar o Estado do Rio seja importante para dar segurança e atrair o investimento privado. “O Congresso precisa legislar pela organização dos setores para dar condições ao investimento privado”, completou.