O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a criticar a prorrogação de mandatos como uma saída em eventual adiamento das eleições municipais de 2020 em razão da pandemia. Para Maia, o pleito pode, “no limite”, ser adiado, mas sem prorrogação de mandatos. O presidente da Câmara defendeu que as eleições ocorram ainda neste ano.

Segundo Maia, uma mesa com especialistas na área da saúde deve ser organizada para que se discuta os riscos de manter as eleições para outubro. “Se for arriscado, em quanto adia? Em mais 30 dias, 40 dias, 60 dias?”, comentou Maia em entrevista ao jornalista Tales Faria, do UOL.

Na visão do parlamentar, a prorrogação de mandatos se tornaria um precedente perigoso. “É um risco institucional muito grande”, disse. O entendimento de Maia é que, no futuro, isso pode ser utilizado eventualmente para um governo “com ampla maioria” no Congresso esticar sua permanência no Poder.

“Não para o governo Bolsonaro, que eu acho que ele nunca vai querer ter maioria no Parlamento. Mas daqui a oito anos, um governo com ampla maioria encontra motivo para uma crise e prorroga seu mandato utilizando como precedente a prorrogação de prefeitos e vereadores. Esse é o único risco que não podemos correr. Adiar, no limite, podemos fazer. Prorrogar seria um erro muito grande”, disse.

Pretensões

Maia ainda afirmou que não está preocupado com a próxima eleição para a presidência da Câmara, programada para ocorrer em fevereiro de 2021. “Com quase 30 mil mortos, acha que estou preocupado com eleição para a presidência da Câmara?”, respondeu.

Questionado ainda sobre seu futuro na política, e se haveria uma pretensão a ser candidato à presidência da República, Maia afirmou que não está “olhando” para isso no momento. “Todo mundo tem pretensões, eu também tenho as minhas, mas não estou olhando isso agora”, afirmou.