A situação dos imperadores da tecnologia na China antes da pandemia já era boa e eles ficaram ainda mais ricos com o surgimento da Covid-19 e a alta na demanda por produtos tecnológicos. Neste ano, no entanto, alguns deles combinaram com perdas de mais de US$ 80 bilhões em patrimônio líquido.

Os dez mais ricos que integram o Índice Bloomberg Billionaires sofreram com as regulações promovidas pelo governo chinês. Neste grupo específico, pelo menos um quarto da riqueza total deles virou fumaça em 2021, o maior recuo desde 2012, segundo a Bloomberg.

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Colin Huang, da Pinduoduo, e Jack Ma, do Alibaba Group, são dois exemplos de chineses que viram suas instituições perderem força durante 2021. Huang registrou US$ 42,9 bilhões em perdas, com a Pinduoduo caindo mais de 70% no mercado acionário.

Já Jack Ma, que chegou a desaparecer por um período no começo do ano após despejar críticas contra o governo chinês, perdeu outros US$ 13 bilhões.

Outro que conta com as autoridades chinesas no radar é Cheng Wei, fundador da Didi Global. A companhia foi listada nos Estados Unidos, em junho, e chegou a um valuation de US$ 95 bilhões, sendo US$ 6,7 bilhões representando somente a cota da participação de Cheng.

Logo em seguida à estreia na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a China anunciou uma investigação contra a empresa e pediu a retirada das ações na NYSE, derrubando os papeis em 60% e deixando Cheng com US$ 1,7 bilhão.

Regulação governista na China e nos EUA

Todos esses casos contam com uma situação semelhante: a China interfere em seus negócios sob a alegação de prática monopolística. E enquanto o governo chinês investiga essas empresas, a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão de regulação do mercado norte-americano, também prepara uma varredura nos livros das gigantes tecnológicas.

Neste mês o órgão anunciou que vai obrigar as empresas a adotarem práticas de divulgação das operações com maior clareza ou elas serão expulsas da NYSE e da Nasdaq em três anos.

Segundo a Bloomberg, poucos magnatas chineses conseguiram o movimento inverso, lucrando enquanto seus colegas e concorrentes afundavam no mercado. É o caso de Zhang Yiming, fundador da ByteDance – controladora do TikTok.

Após sobreviver ao maremoto causado pelo ex-presidente Donald Trump, que quis comprar a companhia sob a ameaça de impedir o funcionamento do aplicativo nos EUA, Zhang lucrou mais de US$ 19 bilhões neste ano. Apesar disso, ele precisou abdicar dos cargos que tinha na empresa e preferiu adotar um perfil mais discreto, longe dos holofotes, para evitar novos problemas.