O Departamento de Justiça dos Estados Unidos processou nesta terça-feira o magnata dos cassinos de Las Vegas e Macau Steve Wynn, para obrigá-lo a se registrar oficialmente como agente do governo chinês.

Wynn, fundador e ex-diretor executivo do Wynn Resorts, agiu em nome de Pequim em 2017, quando se encontrou com o então presidente Donald Trump e funcionários do governo americano em um esforço da China para obter a custódia do magnata exilado Guo Wengui, informou o departamento.

Guo era procurado na China por fraude financeira e outras acusações, mas era íntimo do conselheiro de Trump, Steve Bannon, apoiando os negócios de mídia do mesmo e outras atividades, e havia pedido asilo político nos Estados Unidos.

O Departamento de Justiça informou que Wynn entrou em contato com Trump em junho e agosto de 2017 e jantou com ele para transmitir o pedido de Pequim para que os Estados Unidos cancelassem o visto de Guo ou o expulsassem do país. “Wynn participou desses esforços a pedido de Sun Lijun, então vice-ministro do Ministério de Segurança Pública da China”, citou o Departamento de Justiça.

Naquela época, a empresa de Wynn possuía e operava três cassinos em Macau, meca dos jogos na Ásia. O Departamento de Justiça alega que Wynn atendeu aos pedidos de Sun “com o desejo de proteger seus interesses comerciais em Macau”, e ressaltou que Wynn foi informado de que deveria se registrar como lobista para a China sob a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros, mas se recusou a fazê-lo.