Um conselheiro do magnata pró-democracia de Hong Kong Jimmy Lai pediu demissão depois de admitir que ajudou a financiar uma questão polêmica que envolve o filho de Joe Biden com a China, e afirmou que o empresário não teve conhecimento da questão.

Um documento de 64 páginas, assinado por um autor fictício, circulou na internet e foi utilizado por partidários do presidente americano Donald Trump para tentar desacreditar o candidato democrata, ao afirmar que seu filho tinha relações comerciais na China.

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As investigações iniciadas nos últimos dias provocaram muitas perguntas sobre a origem do documento e sua veracidade.

Em uma série de tuítes no fim de semana, Lai afirmou que seu conselheiro Mark Simon, muito crítico de Biden, havia “trabalhado no projeto”.

“Sei que é difícil acreditar, mas eu não sabia de nada. E minha integridade é afetada agora”, completou Lai.

Simon, que pediu demissão no fim de semana, afirmou neste domingo, em e-mails enviados à AFP, que agiu por conta própria para financiar algumas investigações que serviram para elaborar o projeto.

“O Apple Daily não tem nada a ver com isto, Lai tampouco”, explicou, ao citar o nome do tabloide pró-democracia de Hong Kong que pertence a Lai.

Na sexta-feira, o canal americano NBC divulgou uma investigação que destacava as muitas perguntas sobre a identidade e as fontes do documento de 64 páginas.

Por exemplo, a emissora descobriu que a pessoa que era apresentada como seu autor, um suposto analista suíço chamado Martin Aspen, não existia, que sua identidade foi inventada e sua foto produzida por softwares.

O relatório teria sido “encomendado pelo Apple Daily”, de acordo com a NBC, que citou um professor universitário da Fulbright University Vietnam, Christopher Balding.

O tabloide e Simon negaram as acusações.

Lai, de 71 anos, é um dos maiores adversários do governo chinês por seu compromisso com o movimento pró-democracia. Elogia Trump por sua vontade de opor-se abertamente a Pequim.