O Magazine Luiza foi condenado a pagar indenização de R$ 5 mil por danos morais para uma ex-estoquista que acusou a empresa de gordofobia. O assédio aconteceu no período em que a funcionária trabalhou em uma loja da rede Magalu em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

O caso foi julgado e a 2ª Turma do TRT-3 (Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região) condenou o Magazine Luiza, mas a empresa está recorrendo da decisão. O processo foi movido por dano moral, e a ex-funcionária relata que sua gerente fazia comentários inapropriados sobre seu peso, chamando-a de gorda de forma pejorativa. 

Campanha busca eliminar preconceitos em relação à obesidade

Em depoimento, uma testemunha confirmou as falas e ainda afirmou ter presenciado situações em que a superior questionou se a colaboradora estava grávida e se ela conseguiria passar por determinados lugares da loja por conta de seu corpo.

A ex-funcionária trabalhou em uma das lojas do Magalu por quatro anos, e contou que a gerente havia falado para outros empregados, em várias situações, para terem cuidado, porque a estoquista poderia “entalar” ao executar tarefas da rotina do estabelecimento.

Em sua sentença, o juiz Marcel Luiz Campos Rodrigues avalia que as situações em que a ex-funcionária foi exposta a constrangeram e também trouxeram abalos psicológicos, principalmente por terem ocorrido na frente de outros colaboradores.

“Esses comentários não podem ter como pano de fundo alguma condição fisiológica e/ou a aparência da trabalhadora, ainda mais quando são protagonizadas por pessoa que detém parte do poder diretivo da empresa por delegação”. 

Rodrigues completa dizendo que “Essa conduta além de inaceitável em qualquer contexto social e profissional, é capaz, por si só, de ferir a dignidade do trabalhador”.

Posicionamento do Magalu

Em nota, o Magazine Luiza afirmou que está trabalhando para conscientizar e educar o quadro de funcionários da companhia em todos os seus níveis. Veja o posicionamento da empresa sobre o caso na íntegra:

“O Magalu é referência nacional no tema de diversidade e inclusão. Isso porque a companhia, de forma estruturada e constante, promove ações e treinamentos que fomentam um ambiente diverso e inclusivo e atua na prevenção de práticas que não corroborem esse objetivo. 

Trabalhamos para conscientizar e educar o quadro de funcionários da companhia em todos os seus níveis. Isso se dá por meio de campanhas perenes de comunicação interna, treinamentos constantes para os mais de 35.000 colaboradores e inúmeras palestras com profissionais que são referência no tema no mercado. 

Trata-se de uma “alfabetização” , crucial não só para combater qualquer forma de discriminação, mas também para formar multiplicadores que atuarão no avanço da promoção dos Direitos Humanos no Brasil. 

Associado a isso, investimos também numa série de ações de recrutamento, muitas delas de cunho afirmativo, que tem como propósito fortalecer a representatividade e a influência de grupos minorizados dentro da companhia. 

Aqui, vale citar as duas edições do programa de trainee exclusivo para negros, e o Luiza Code, de formação de mulheres para o mercado de tecnologia.”