A alta na inflação e o aumento das taxas de juros estão afetando em cheio o consumo das famílias brasileiros e o impacto para o comércio tem sido gigantesco. Empresas como Magazine Luiza, Via e Lojas Americanas estão amargando perdas no valor das suas ações.

O Magazine Luiza foi o que mais sentiu o impacto e viu suas ações recuarem cerca de 72% no ano passado, atingindo o pior desempenho do Ibovespa (principal indicador da bolsa brasileira). E o ano não começou muito bem para a varejista. Só nos primeiros 10 dias de 2022, a rede contabilizou desvalorização de 18,69%.

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“Mesmo a Magalu sendo grande empresa de varejo e bem famosa na Bolsa brasileira, com alta de 1.400% desde a revolução de 2016 com a chegada de Frederico Trajano, que é o CEO da empresa, e sendo voltada para investimento em tecnologia teve baixa grande por conta da inflação e desafio de repassar esses custos, por conta da instabilidade econômica, para o consumidor final”, diz Enzo Ribeiro, especialista em soluções financeiras inteligentes e pós-graduado em Economia.

O cenário atual é bem diferente do de 2020, quando os papéis do Magalu tiveram alta de 109%, graças à digitalização que começou bem antes na rede e, quando a pandemia confinou todos em casa, a empresa já estava preparada para atender aos clientes virtualmente.

Só que ano passado, com o avanço da vacinação, o consumidor voltou ao mercado físico. Porém, sem a retomada econômica, o varejo não conseguiu alcançar o crescimento esperado.

Isso sem falar de todo o contexto macroeconômico que coloca dúvidas sobre a política econômica e fez as ações, especialmente do setor varejista, desabarem.

“Outro fator importante foi aumento das margens, aumento da concorrência, inclusive de outros países, também causou impacto”, diz Enzo Ribeiro.

“E um outro motivo está associação à queda e crescimento sobre o valor bruto de venda da plataforma para 22% ao ano, abaixo das principais concorrentes no mesmo período e isso impacta direto no investimento de novos investidores por conta de todos esses riscos e baixas ocasionadas por esses motivos e associada, principalmente, à inflação”, finaliza o especialista.