A França tem um novo governo a partir desta segunda-feira com a difícil tarefa de revitalizar a economia após a pandemia de coronavírus e dar um novo impulso à presidência de Emmanuel Macron a dois anos das eleições de 2022.

A nova equipe, liderada por Jean Castex, membro da direita moderada, deve incorporar o “novo rumo” político que o presidente francês pretende traçar para os próximos meses, o que, ele alertou, será “muito difícil” no plano econômico e social.

Emmanuel Macron mantém os “pesos pesados” do executivo: Jean-Yves Le Drian nas Relações Exteriores, Florence Parly na Defesa e Bruno Le Maire na Economia.

O ministro da Saúde, Olivier Véran, que liderou a batalha contra a pandemia de coronavírus, que já matou quase 30 mil vidas no país, também permanece no cargo.

O prestigiado advogado criminalista Eric Dupond-Moretti, famoso por seu número recorde de absolvições, é a grande surpresa da remodelação do governo.

O controverso Ministro do Interior, Christophe Castaner, saiu do executivo, muito criticado pelos sindicatos da polícia, e foi substituído por Gérald Darmanin, que até agora atuava como Ministro do Orçamento e Contas Públicas.

Barbara Pompili, ex-membro do partido Europa Ecologia Os Verdes (EELV), ficou com a pasta do Meio Ambiente, substituindo outra mulher, Elisabeth Borne, que foi para o Trabalho.

No total, sete ministros mantêm suas pastas, seus mudam de ministério e três novos rostos entram no executivo da Casex, que respeita a paridade prometida por Macron, com oito homens e oito mulheres.

– A ecologia, ‘uma obrigação’ –

Essa mudança de governo na França foi iminente após o duro revés sofrido pelo jovem partido do governo, A República em março (LREM), nas eleições municipais, marcadas pelo avanço dos ambientalistas.

A ecologia foi anunciada como uma das prioridades para o último trecho do mandato de Macron.

A ecologia “não é mais uma opção, mas uma obrigação”, disse o novo primeiro-ministro Jean Castex. “Está no centro das prioridades”, de Emmanuel Macron.

O presidente não teve escolha senão remover Castaner, um de seus colaboradores mais leais, do Ministério do Interior, que perdeu o apoio de vários sindicatos policiais após uma declaração controversa sobre suposto racismo na Polícia.

Ele foi substituído por Darmanin, 37 anos, porta-voz do presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012) e que também é uma figura controversa, alvo de uma investigação por estupro, acusação que ele nega.

O novo primeiro-ministro, Jean Castex, alto funcionário de 55 anos até então desconhecido da maioria dos franceses, substituiu o primeiro-ministro Edouard Philipe, que acompanha o presidente desde sua eleição em 2017.

Ele foi o mentor da retirada na França do confinamento devido à crise do coronavírus, depois de registrar uma notável melhora nas infecções e mortes.