O presidente francês, o centrista Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira (16) para o cargo de primeira-ministra a atual titular da pasta do Trabalho, Élisabeth Borne, a segunda mulher a ocupar o cargo depois de Édith Cresson no início dos anos 1990.

“O presidente da República nomeou Élisabeth Borne primeira-ministra e a encarregou de formar um governo”, anunciou a Presidência francesa em uma nota oficial concisa, após a renúncia de seu antecessor, Jean Castex, pouco antes.

“Acabei de apresentar minha carta de demissão”, anunciou à AFP o chefe de governo depois de se reunir por uma hora com Macron no Palácio do Eliseu.

A presidência francesa confirmou que Macron “aceitou” a renúncia de Castex, que continuará responsável pelos assuntos correntes até à nomeação do novo chefe de governo.

Borne conhece em primeira mão a principal reforma que o presidente espera realizar: o impopular adiamento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.

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O próximo primeiro-ministro terá como objetivo aplicar o programa de Macron, reeleito em abril para mais cinco anos no cargo, desde que obtenha maioria nas eleições legislativas de junho.

Embora os institutos de pesquisa projetem uma nova maioria para o partido no poder, ele enfrenta uma aliança da esquerda, liderada pela ala radical, e uma forte extrema-direita.

“Grande tensão antes da nomeação do meu antecessor. Ele será de direita ou muito de direita? Ninguém quer o cargo”, tuitou o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que busca se tornar primeiro-ministro após as eleições parlamentares.

A nomeação de Borne, de 61 anos, acena para o eleitorado de centro-esquerda, insatisfeito com a aliança liderada por Mélenchon.

A ministra do Trabalho, cargo que chegou após passar pelo Transporte e Transição Ecológica, atende aos únicos critérios desejados por Macron: perfil “social”, “ecológico” e “produtivo”.