A liberalização da produção e do comércio da maconha nos Estados Unidos começa a atrair investidores. Chris Leavy, um ex-executivo do fundo americano Blackrock, a maior gestora de ativos do mundo, está criando uma operação de private equity voltada para o mercado legal de cannabis sativa. Batizado de MedMen Opportunity Fund, o fundo irá buscar empresas que cultivem, processem ou vendam a erva, em especial nos destinos turísticos mais populares do país, como o Estado da Califórnia e a cidade de Nova York. O montante inicial é de US$ 250 milhões – até o momento, o maior valor registrado para empreendimentos do tipo. Trata-se de um impulso enorme para o setor.

Cada vez mais cidades estão liberando o consumo da planta, tanto para uso medicinal, quanto recreativo. Leis federais, no entanto, ainda proíbem a produção e a comercialização da planta de forma generalizada. Isso cria uma dificuldade para empreendedores que pretendem entrar no segmento, uma vez que os bancos e outras fontes tradicionais de financiamento se negam a emprestar dinheiro. Apesar disso, o potencial desse mercado é gigantesco. Hoje, a maconha legalizada movimenta US$ 6 bilhões nos EUA. A expectativa é de que esse valor suba para US$ 50 bilhões, até 2026, segundo a consultoria Cowen & Co. No Brasil, as discussões sobre a legalização da droga ainda estão no início. Mas a ideia conta com apoiadores importantes, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

(Nota publicada na Edição 1043 da Revista Dinheiro)