A Apple está se beneficiando de abusos nas leis trabalhistas cometidos por uma de suas principais parceiras comerciais na Ásia, a taiwanesa Foxconn. Pior, contra jovens que têm entre 17 e 19 anos. Seis estudantes da Escola de Trânsito Ferroviário Urbano e que estão empregados na fábrica da fornecedora em Zhengzhou, na China, – ao lado de outros 3.000 jovens – afirmaram ao jornal britânico Financial Times que passam até 11 horas por dia trabalhando na montagem do iPhone X, celular que está tendo dificuldades para suprir a demanda de consumidores.

Contratados como estagiários, os jovens disseram que estão sendo obrigados a trabalhar para poder se formar. Uma das funcionárias, Yang, de 18 anos, disse à reportagem que chega a montar 1,2 mil câmeras para os celulares todos os dias. “O trabalho nada tem a ver com nossos estudos.” Procuradas, a empresa comandada por Tim Cook e a Foxconn admitiram que descobriram jovens trabalhando além da carga horária permitida e que iriam tomar as providências cabíveis. Ambas, no entanto, negaram que o trabalho era obrigatório. A escola chinesa, por sua vez, se recusou a comentar o assunto.

(Nota publicada na Edição 1046 da Revista Dinheiro)