O ex-presidente Lula poderá assistir pela TV a final do Campeonato Paulista 2018 entre Corinthians e Palmeiras neste domingo, 8. A pedido da defesa, o juiz federal Sérgio Moro autorizou a instalação de uma televisão de sinal aberto na sala especial no último andar do prédio da Polícia Federal em Curitiba, terra da Lava Jato, onde o petista iniciou o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de reclusão no processo triplex.

Após sua primeira noite na prisão, ele recebeu o café da manhã, pão com manteiga, às 7h45. Como não houve acordo sobre alimentação exclusiva para o ex-presidente, ele é destinatário de uma das 21 marmitas dos presos da Lava Jato que ocupam as celas da carceragem da PF, que fica isolada da ‘sala especial’ reservada a Lula.

A sala transformada em ‘cela’ para receber Lula foi preparada há 15 dias. Com 15 metros quadrados, o espaço já foi usado como alojamento de policiais federais em passagem por Curitiba.

No quarto andar do prédio, a ‘sala de Estado-maior’ exigida por Moro para guardar Lula em razão da ‘dignidade do cargo que ocupou’ é despojada, mas com banheiro próprio, com pia, vaso sanitário e chuveiro quente. As janelas, pequenas e de vidro, com grades de segurança doméstica. No dormitório, como é tratado o cárcere de Lula por policiais, há uma cama, com um colchão e um armário embutido.

No alojamento, antes de ser preparado para a recepção de Lula, não havia mais televisão. A defesa pediu ao juiz federal Sérgio Moro para a instalação da TV para Lula. O magistrado autorizou.

Lula tentou negociar via emissários garantira de poder cumprir pena em São Paulo, até segunda-feira, 9, para assistir o jogo do seu Corinthians.

Apesar de a final entre Atlético Paranaense e Coritiba ser no mesmo horário, às 16h desde domingo, 8, a emissora de TV aberta à qual Lula terá acesso vai transmitir no Paraná o clássico paulista.

Não será o juiz da Lava Jato, o responsável pelo processo da execução da pena de Lula. Cumprida a ordem de prisão do petista, o caso deixa de ser responsabilidade da 13.ª Vara Federal (de Moro) e passa para a 12.ª Vara Federal, responsável pela execução penal.

“Após o cumprimento dos mandados, expeçam-se em seguida as guias de recolhimento, distribuindo ao Juízo da 12.ª Vara Federal”, registra o despacho de Moro.

Será neste processo que a defesa terá que pleitear sua transferência para uma unidade prisional perto da residência do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP). Agora, as decisões ficam com juiz titular da Vara, Danilo Pereira Junior, ou com sua substituta, Carolina Lebbos.