“Eu sou a ministra que trabalho, tenho o mesmo título dos demais ministros, mas sou ministro dos que ganham menos”, disse Luislinda Valois, a ministra dos Direitos Humanos que requereu acúmulo de contracheques para atingir valor mensal de R$ 61,4 mil – soma dos proventos de desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia (R$ 30.471.10) com os R$ 31 mil que o Tesouro paga para os ministros.

Na entrevista à Rádio Gaúcha na quinta-feira, 2, Luislinda insistiu na tese de que tem direito a ganhar os dois salários. Alegou, entre outros pontos, que trabalhar em Brasília sem uma remuneração à altura seria como trabalho escravo.

O teto salarial do funcionalismo tem como baliza o holerite dos ministros do Supremo Tribunal Federal, R$ 33,7 mil. Os valores acima desse patamar ficam retidos pelo ‘abate teto’. Por isso, na ponta do lápis, Luislinda recebe R$ 2,7 mil por mês como ministra – afora, os mais de R$ 30 mil dos cofres públicos como aposentada do TJ/Bahia.

Depois da entrevista à Rádio Gaúcha, Luislinda anunciou desistência do pedido de aumento.