A frota de aeronaves da Lufthansa será equipada, a partir de 2022, com um revestimento que imita a pele de tubarão aplicada à superfície dos aviões para torná-los menos consumidores de combustível, anunciou a empresa alemã nesta segunda-feira (3).

A inovação é fruto de uma parceria entre a Lufthansa Technik, subsidiária de manutenção da empresa, e a gigante química BASF, de acordo com um comunicado.

O revestimento aplicado em uma parte da fuselagem da aeronave será composto por ‘escamas’ de cerca de 50 micrômetros (50 milionésimos de metro) que reduzem a resistência e melhoram a aerodinâmica.

Essa propriedade também se encontra na pele de tubarão, que possui saliências minúsculas e que pesquisadores e industriais vêm estudando há muitos anos.

Essa cobertura equipará parte da superfície da frota operada pela Lufthansa Cargo, que incluirá dez aeronaves Boeing 777F, daqui até 2022.

Dessa forma, a empresa quer reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO2 na atmosfera.

Graças a uma redução do atrito “de mais de 1%”, a Lufthansa estima que haverá uma economia anual de 3.700 toneladas de querosene, o que representa cerca de 11.700 toneladas de emissões de CO2.

Para efeito de comparação, a subsidiária da Lufthansa Cargo emitiu 3,9 milhões de toneladas de CO2 em 2020, indica o relatório ambiental da empresa.

A Lufthansa Technik e a BASF planejam estender sua nova tecnologia a outros tipos de aeronaves “para poder apoiar ainda mais as companhias aéreas em todo o mundo a atingir suas metas de emissões”, segundo o comunicado.

O Grupo Lufthansa estabeleceu para si próprio o objetivo de reduzir as suas emissões de CO2 em 50% até 2030, em comparação com os níveis de 2019.

A indústria da aviação aposta há décadas na tecnologia de pele de tubarão para economizar combustível.

Em fase de testes, várias aeronaves já voaram equipadas com esse revestimento especial.