O desempenho operacional de JBS-Friboi, Marfrig e Minerva foi muito bom, principalmente devido à recuperação do mercado internacional, com a volta das compras dos clientes estrangeiros. Já os resultados financeiros foram ruins devido à forte valorização do real em relação ao dólar. No caso do JBS-Friboi, a receita líquida do segundo trimestre cresceu 52,5% em comparação com 2009, mas o lucro líquido caiu 96%, para R$ 3,7 milhões. Foi a ação mais prejudicada do setor, com recuo de 8,3% entre segunda e quarta-feira. Os concorrentes sofreram menos, mas seus resultados foram igualmente decepcionantes. A receita líquida do Marfrig, de Marcos Molina, cresceu 48%, para R$ 3,5 bilhões, mas o lucro caiu 68,5%, para R$ 127,4 milhões. No caso do Minerva, a receita líquida foi recorde, de R$ 888 milhões no período. Apesar disso, a empresa amargou um prejuízo de R$ 17,5 milhões. No ano passado, o lucro havia sido de R$ 56,9 milhões. “Os resultados financeiros foram prejudicados pela elevada alavancagem das companhias, por volta de quatro vezes o ebitda”, afirma Max Bueno, analista da Spinelli Corretora. O reposicionamento de marca do Marfrig elevou suas despesas comerciais e o Minerva luta para melhorar o perfil de sua dívida e reduzir custos. Apesar disso, ele avalia que as perspectivas são boas. “Os problemas são apenas questões pontuais.”

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Carnes: dólar fraco reduz ganhos

 

Destaque no pregão


Soros vende suas ações da Petrobras

 

George Soros se desfez de todas as suas ações da Petrobras. A informação consta em relatório do fundo do bilionário, o Soros Fund Management, enviado à Securities and Exchange Comission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos, na segunda-feira 16. As incertezas em relação à capitalização da estatal foram a principal causa da decisão do fundo, que já foi o maior investidor privado individual da companhia brasileira. Soros ainda mantém papéis da Vale e do Santander Brasil.

 

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Palavra de analista

 

É difícil saber a estratégia do megainvestidor. O papel já pode ter alcançado um preço justo para Soros ou ele pode ter vendido as ações para recomprá-las mais barato no curto prazo. É certo que até a definição da capitalização os papéis da Petrobras terão muita volatilidade, segundo a analista Mônica Araújo, da Ativa Corretora. Ela sugere que o investidor que já possui o papel não se precipite e aguarde. “A percepção de longo prazo continua positiva.”

 

 

Bancos


Ibovespa a 85.000 pontos em dezembro

 

As perspectivas para o mercado acionário são positivas, tanto pela baixa dos juros quanto pelos bons resultados previstos para as companhias abertas. A estimativa da corretora Souza Barros é de que o Índice Bovespa poderá chegar a um nível entre 80 000 e 85.000 pontos no final do ano, o que representaria uma valorização de 20% a 27% em relação ao fechamento do pregão na quinta-feira, 19. Os prognósticos são do economista-chefe da Souza Barros, Clodoir Vieira.

 

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Educação financeira

 

“Fica mais” é o nome do programa de milhagens da BM&FBovespa que premiará investidores com foco no longo prazo. Os contemplados vão ganhar computadores, viagens e dinheiro, por meio de parcerias com outras empresas, a cada trimestre ou semestre. A campanha publicitária Fique Sócio tem o jogador Pelé como garoto-propaganda. 

 

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Quem vem lá

 

A mais do que decantada abertura de capital da mina Casa de Pedra, pertencente à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), ainda não tem data prevista, mas os principais executivos da empresa afirmaram na semana passada que a operação poderá se estender ao exterior.

 

A unidade de mineração da siderúrgica de Benjamin Steinbruch poderá ter seus papéis listados na Bolsa de Nova York. A experiência de sucesso da CSN em Wall Street motiva a companhia: aumento de visibilidade e mais alternativas para levantar capital são algumas das vantagens que o mercado americano trouxe à siderúrgica. 

 

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Fique de olho:  A abertura de capital da Casa de Pedra está mais para Selva de Pedra, pois as especulações se arrastam, como uma novela, há mais de quatro anos e ainda sem solução.

 

 

Touro x urso

 

O Índice Bovespa conseguiu registrar uma leve alta na semana, mas ficou abaixo do patamar de 67 mil pontos. Na quinta-feira 19, a média do mercado paulista encerrou a 66.887 pontos, queda de 1,1%. A principal notícia a mover o mercado foi o desempenho da economia americana. O número de pedidos de seguro-desemprego na semana foi de 12 mil, enquanto os especialistas esperavam quatro mil. O fato de o mercado de trabalho estar menos aquecido afetou o humor dos investidores. No Brasil, especulações de que a capitalização da Petrobras não vá ocorrer em 2010 também são uma fonte de preocupação para o mercado financeiro. As atenções desta semana concentram-se na segunda estimativa para o PIB americano e na confiança do consumidor, ambos na sexta-feira 27.

 

 

Maiores altas da semana

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Maiores baixas da semana

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As 10 mais negociadas do Ibo­ves­pa

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

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Termômetro do mercado

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Bolsa no mundo

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Bancos


Santander entra no iBovespa

 

Os papéis do banco Santander vão entrar no Índice Bovespa a partir de setembro. As units do banco – formadas por 55 ações ordinárias e 50 ações preferenciais – já apareceram em duas das prévias do índice. Com a entrada, os papéis do banco espanhol deverão ganhar mais visibilidade no mercado, mas eles ainda têm um desempenho inferior às ações dos concorrentes, como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco. O diretor de Relações com Investidores do Santander, Luiz Felipe Taunay, conversou com a DINHEIRO sobre a concorrência entre as ações:

 

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Taunay: interesse brasileiro

 

DINHEIRO – Qual a importância para a companhia de participar da carteira teórica do Ibovespa? 

LUIZ FELIPE TAUNAY – Nove meses depois da abertura do capital, os papéis do banco vão entrar no índice Bovespa com uma participação de 0,96%. A entrada do papel no índice cria uma demanda adicional, pois os fundos de ações passivos, que reproduzem o Índice Bovespa, passam a comprar a ação. Isso ocorre com alguns fundos ativos também.

 

DINHEIRO – Como o sr. avalia o aumento dos negócios desde a abertura de capital? O que provocou isso?

TAUNAY – O giro dos nossos papéis é de R$ 200 milhões por dia, em média. Desse total, 75% são negociados no mercado americano e os outros 25% no Brasil. Isso é natural, pois o Santander é um grande banco internacional e a receptividade no Exterior é muito maior do que a de um emissor brasileiro, que tem de se tornar conhecido dos investidores lá fora. 

 

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DINHEIRO – Essa proporção pode mudar? 

TAUNAY – Pode ser que mude um pouco, pois temos percebido um crescente aumento do interesse dos investidores domésticos.

 

DINHEIRO – Como o Santander pretende atrair os investidores que hoje compram ações de outros bancos?

TAUNAY – A maneira de atrair o investidor é falar cada vez mais do banco, contar a história da integração entre dois bancos, o Santander e o Real. Somos o único banco estrangeiro de grande porte listado em bolsa, e temos vantagens na internacionalização da economia brasileira.

 

DINHEIRO – Quais são as expectativas para as ações da companhia?

TAUNAY – É difícil comentar sobre dinâmica de preços. O banco vem tendo desempenho abaixo de seus pares, mas, à medida que os nossos resultados forem sendo entregues, o preço do papel tende se valorizar em relação à concorrência. Os investidores estão esperando há muito tempo para ver a entrega das sinalizações dadas no passado.

 

 

Pelo mundo


Home Depot sobe 3% após balanço

 

A varejista Home Depot teve lucro líquido de US$ 1,19 bilhão no segundo trimestre do ano, alta de 6,8% em relação ao mesmo período de 2009. O resultado, divulgado pela companhia presidida por Frank Blake na terça-feira 17, ficou acima da expectativa dos analistas, o que fez as ações subirem 3,39% no dia.

 

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Barclays multado

 

O banco inglês Barclays concordou em pagar US$ 298 milhões em um termo de ajustamento de conduta, informou a Justiça americana na segunda-feira 16. A instituição foi acusada de facilitar pagamentos e violar as sanções dos Estados Unidos ao negociar com Cuba, Irã, Líbia, Sudão e Mianmar. 

 

 

Walmart ganha mais nos emergentes 

 

Brasil, México e China foram os países que mais contribuíram para o resultado do segundo trimestre do Walmart, anunciado na terça-feira 17. O lucro da varejista presidida por Michael Duke foi de US$ 3,6 bilhões, alta de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2009. Nos EUA, as vendas vêm caindo há cinco trimestres seguidos.

 

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