A companhia aérea Azul registrou um lucro líquido de R$ 116,6 milhões no terceiro trimestre de 2018, cifra 41,5% menor que em igual período do ano passado. Em relatório que acompanha o balanço, a empresa avalia positivamente o resultado, diante do cenário adverso para os custos.

Conforme a Azul, no período, houve depreciação de 25,1% do real e aumento de 47,1% do preço do combustível de aviação.

De julho a setembro, o Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves) somou R$ 675,4 milhões, um crescimento de 7,6% ante igual intervalo de 2017, com margem Ebitdar de 27,7%, 3,8 pontos porcentuais menor na comparação anual.

O resultado operacional (Ebit) atingiu R$ 174,1 milhões, uma queda de 28,3% no comparativo anual. A margem Ebit alcançou 7,1%, 5,1 p.p. menor que a do terceiro trimestre de 2017.

A receita líquida cresceu 22,6% ante um ano antes, para R$ 2,441 bilhões. A receita com transporte de passageiros avançou 20,9% no período, para R$ 2,312 bilhões, enquanto a linha “outras receitas” expandiu 62,4%, para R$ 129,6 milhões.

Por fim, a companhia mostrou um resultado financeiro líquido de R$ 94,4 milhões negativos no trimestre, 36% maior se comparado à perda de R$ 69,4 milhões registrada entre julho e setembro de 2017.

Projeções

O Ebitdar e a receita líquida da Azul no terceiro trimestre vieram em linha com o esperado por analistas.O primeiro veio próximo dos R$ 657,5 milhões apontados pela média de quatro instituições (Goldman Sachs, JPMorgan, Raymond James e Safra) consultadas pelo Prévias Broadcast.

Já a receita líquida da companhia aérea totalizou R$ 2,441 bilhões no terceiro trimestre, ante previsão de R$ 2,426 bilhões pela média de seis casas (Goldman Sachs, Itaú BBA, JPMorgan, Raymond James, Safra e XP).

Não houve consenso para estimar a média de lucro líquido no período.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

Cask

A Azul registrou no terceiro trimestre de 2018 um aumento de 8,7% no Cask (custo operacional por assento disponível por quilômetro), que atingiu 29,45 centavos de real, ante 27,10 centavos de real anotados em igual período do ano passado.

Segundo a aérea, esse desempenho reflete um aumento de 47,1% no preço do combustível por litro e a desvalorização de 25,1% do real em comparação com o terceiro trimestre de 2017. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela introdução das aeronaves A320neo, mais eficientes na queima de combustível, e pelo aumento de 19,3% na capacidade (ASKs) no comparativo anual.

Já o Cask ex-combustível (excluindo despesas com combustível) foi de 19,87 centavos de real entre julho e setembro, 1,8% abaixo do verificado um ano antes.

Em relatório que acompanha o balanço, a companhia aérea afirma que, assumindo um nível constante de preço de combustível e câmbio, o Cask total teria reduzido 6,8% frente ao terceiro trimestre de 2017.

Yield e Prask

O yield líquido, isto é, o valor médio pago por um passageiro para voar um quilômetro, ficou em 35,86 centavos de real no terceiro trimestre, 0,6% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Já o Prask, ou seja, a receita de passageiros dividida pelo total de assentos-quilômetro disponíveis, ficou em 30,02 centavos de real, 1,3% maior na comparação com igual etapa de 2017.

Contribuiu para esse desempenho do Prask o aumento de tarifas e da taxa de ocupação. “Adicionalmente, a etapa média aumentou 10,5% comparado com setembro passado, totalizando 1.023 km nesse trimestre. Ajustando por esse efeito, o Prask teria aumentado 6,5% ano contra ano”, indica a Azul.

A receita operacional por ASK, o Rask (receita operacional dividida pelo total de assentos-quilômetro oferecidos), somou 31,71 centavos de real, avançando 2,7% em um ano – refletindo os aumentos de 19,3% na capacidade e de 22,6% em receita. Ajustando pelo aumento da etapa média, o RASK teria crescido 8,0% no período.

“Acreditamos que a demanda corporativa continuará forte dado um cenário político mais estável, e que a demanda dos passageiros que viajam a lazer crescerá à medida em que nos aproximamos do período de alta temporada”, afirma a Azul, em relatório que acompanha o balanço.