O faturamento do BTG Pactual, presidido por Roberto Sallouti, cresceu 84% no primeiro trimestre de 2021 sobre 2020, para R$ 2,8 bilhões. O resultado confirmou a expectativa do mercado, apesar da queda de 4% ante o quarto trimestre de 2020. O lucro também subiu e atingiu R$ 1,3 bilhão, alta de 53% ante 2020. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente foi de 16,8%, um ganho considerável em relação aos 14,5% obtidos entre janeiro e março de 2020. O forte crescimento pode ser atribuído à base de comparação fraca, devido aos números ruins do início da pandemia. A principal linha de receita, Sales and Trading, que inclui as operações de tesouraria e banco de investimentos, cresceu 78%, para R$ 811 milhões no trimestre. A captação na área de gestão de fortunas mudou de patamar, chegando a R$ 33 bilhões, o triplo do primeiro e do segundo trimestres de 2020. O resultado também foi beneficiado pelo bom desempenho do Banco Pan, controlado pelo BTG (leia mais abaixo).

BANCOS
Pan lança maquininha de cartão

O Banco Pan lucrou de R$ 190 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 11% ante o trimestre anterior e de 12% frente ao mesmo período de 2020. A carteira de crédito avançou para R$ 30,2 bilhões, alta de 4% ante o trimestre anterior e de 20% frente aos três primeiros meses de 2020. Com a conta digital lançada há um ano, o banco obteve 10 milhões de clientes, dos quais 6 milhões possuem conta ou cartão. O Pan, antigo PanAmericano vinculado ao Grupo Silvio Santos, anunciou a entrada no mercado de adquirência com o lançamento de um POS, a maquininha que processa transações.

VAREJO
Pandemia morde lucro da Petz

Istock

A receita bruta da rede de varejo Petz cresceu 52,8% no primeiro trimestre de 2021, na comparação anual, alcançando R$ 537,5 milhões. Porém, o lucro líquido caiu 40,7%, fechando a R$ 11,5 milhões. O que prejudicou os resultados foi a piora na pandemia. A volta das medidas de restrição reduziu a circulação de pessoas nas unidades e a expansão física da rede, com a abertura de mais cinco lojas. No entanto, as vendas digitais cresceram 235,5% no ano para R$ 155,5 milhões, respondendo por 28,9% da receita.

CONSTRUÇÃO
Incerteza afetA números da Mitre 

A piora da economia, com as incertezas criadas pelo recrudescimento da pandemia, afetou os resultados da construtora Mitre no primeiro trimestre de 2021. Os números da companhia vieram fracos, com baixo volume de lançamentos devido ao fechamento dos estandes de vendas em março. Apesar de a receita líquida ter crescido 77,2% na comparação com o mesmo período de 2020, fechando a R$ 85,1 milhões no trimestre, a construtora teve um prejuízo de R$ 11,7 milhões no período. Os destaques ficaram por conta das vendas líquidas de R$ 82,8 milhões, um crescimento de 145,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, o volume de cancelamentos (distratos) teve um aumento de 14,7% na comparação anual, o equivalente a R$ 27,9 milhões.

DESTAQUE DO PREGÃO
As ambições da XP

Divulgação

O novo CEO da XP, Thiago Maffra, assumiu a posição que até agora pertencia a Guilherme Benchimol com três focos claros. O primeiro é ampliar a participação da empresa em outros segmentos do mercado financeiro, como os cartões de crédito e os empréstimos com garantia. O segundo é aprofundar o processo de digitalização da XP, cuja meta é ser a maior fintech do mundo. E o terceiro é se tornar um provedor de serviços financeiros como contas-correntes, cartões de débito e transferências via Pix, buscando atender tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas. Na terça-feira (11), Maffra e Benchimol falaram sobre o futuro. Mas não comentaram sobre como será a emissão de BDRs na B3, nem detalhes sobre as tratativas com o Credit Suisse. A companhia, que cresceu falando mal dos bancos e hoje vende conta-corrente, pode fazer negócio com os suíços que, ao que consta, pretendem reduzir o escopo de suas atividades por aqui.