O diplomata italiano Luca Attanasio, que morreu nesta segunda-feira (22) em um ataque a um comboio da ONU na República Democrática do Congo (RDC), foi um dos mais jovens embaixadores da Itália, conhecido por seu amor pela África e seu compromisso com a paz.

Nascido em Saronno, no norte da Itália, a cerca de 30 quilômetros de Milão, em 23 de maio de 1977, ingressou no serviço diplomático em 2003.

Chegou à RDC em 2017 como chefe de missão e foi nomeado embaixador extraordinário e plenipotenciário em 2019.

Seu assassinato gerou consternação e indignação em todo o país pelo “covarde” ataque armado contra um comboio do Programa Alimentar Mundial (PMA), perto de Goma, no leste, em que morreram também o policial italiano que o escoltava e um motorista da ONU.

“Hoje é um dia sombrio e triste para a Itália”, reconheceu o chanceler Luigi Di Maio, lamentando a morte do embaixador.

Formado pela prestigiosa Universidade Bocconi de Milão, Attanasio tinha doutorado em política internacional e foi consultor de negócios.

Suas primeiras missões no exterior foram como secretário de Comércio da Embaixada da Itália na Suíça, de 2006 a 2010, e cônsul em Casablanca, Marrocos, de 2010 a 2013.

Servindo de 2013 a 2015 na sede do Ministério das Relações Exteriores em Roma, foi secretário do chefe do Departamento para a Globalização e Assuntos Globais.

Em 2015, ele retornou à África como primeiro conselheiro da Embaixada da Itália na Nigéria, e se mudou para Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, em setembro de 2017.

No ano passado recebeu o Prêmio Internacional Nassiriya da Paz “por seu compromisso com a salvaguarda da paz entre os povos” e “por ter contribuído para a realização de importantes projetos humanitários, distinguindo-se por seu altruísmo, dedicação e espírito de serviço no apoio às pessoas em dificuldade”.

Emanuela Del Re, vice-ministra das Relações Exteriores de 2018 até o mês passado, prestou homenagem a “um homem dotado de coragem, humanidade e profissionalismo incomum”, escreveu ela.

“Lembro do seu sorriso contagiante, da sua classe, do seu grande conhecimento dos assuntos africanos”, sublinhou.

Pai de três filhos, o diplomata era casado com Zakia Seddiki, de origem marroquina, fundadora da ONG “Mama Sofia”, que ajuda mães solteiras e seus filhos nas zonas mais pobres.