A Lua está ficando mais distante da Terra. Ela já esteve a 322 mil quilômetros de distância, há aproximadamente 2,45 bilhões de anos. Atualmente, está a 384 mil quilômetros mais longe, ou seja, está 60 mil quilômetros mais distante hoje.

As medições foram feitas por Joshua Davies, professor de ciência da terra e atmosfera da Universidade de Québec, no Canadá, e Margriet Lantink, pesquisadora associada de pós-doutorado do Departamento de Geociências da Universidade de Wisconsin-Madison, dos Estados Unidos, e publicadas em artigo no The Conversation.

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Segundo os pesquisadores, esse afastamento gradual já é conhecido há bastante tempo. Davies e Lantink haviam relatado que, em 1969, durante as missões Apollo, da Nasa, os cosmonautas notaram algo estranho nos painéis refletivos instalados na superfície da Lua. Segundo os pesquisadores, a agência espacial dos Estados Unidos percebeu que o nosso único satélite natural está se afastando 3,8 cm a cada ano que passa.

“A distância entre a Terra e a Lua está diretamente relacionada à frequência de um dos ciclos de Milankovitch, o ciclo de pressão climática”, escreveram Davies e Lantink no artigo.

De acordo com os autores, este ciclo surge do movimento de precessão (oscilação) ou mudança de orientação do eixo de rotação da Terra ao longo do tempo. Atualmente, ele tem uma duração de 21 mil anos, mas esse período teria sido mais curto no passado, quando a Lua estava mais próxima da Terra.

“Os ciclos de Milankovitch registrados em sedimentos de 2,46 bilhões de anos indicam que o ciclo de precessão da Terra teve uma frequência significativamente maior do que a atual, sinalizando duração do dia e distância Terra-Lua mais curtas”, diz trecho do artigo.

Os pesquisadores ainda dizem que a preocupação em relação ao fenômeno é que o satélite lunar tem um efeito de frenagem no Planeta Azul, o que significa que quanto mais longe ele está, mais o dia por aqui irá durar.

Com a distância ficando a cada dia maior, as horas do dia também irão aumentar, embora isso possa levar “milhões de anos antes mesmo de começar a fazer a diferença”.