O Louvre Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), suspendeu estreia da exibição da obra “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci, por tempo indefinido. Desde a sua aquisição, a pintura mais cara do mundo é alvo de rumores sobre sua autenticidade.

A obra foi comprada pelo museu em um leilão da Christie’s, em novembro de 2017, por US$ 450,3 milhões (aproximadamente R$ 1,8 bilhão). A pintura deveria ser exibida pela primeira vez no museu em 18 de setembro. A instituição publicou a suspensão da data em uma mensagem no Twitter, sem especificar a razão.

A obra representa Jesus Cristo segurando um bola de cristal em sua mão esquerda, enquanto levanta a mão direita em um gesto de benção.

Especulações sugerem que o museu pode estar esperando por seu aniversário de um ano de compra, em 11 de novembro.

A obra, datada de aproximadamente 1500, é um das 20 pinturas reconhecidas de Leonardo da Vinci. De acordo com Christie’s, ela possivelmente foi encomendada pelo rei francês Louis XII e sua esposa. Décadas depois, a obra sumiu da coleção real e ficou desaparecida entre os séculos 18 e 19.

O quadro ressurgiu em 1958 e foi comercializado por apenas US$ 60. À época, se acredita que havia sido feito por  Giovanni Boltraffio, que trabalhou no estúdio de da Vinci.

Em 2011, após anos de pesquisas e teorias, a National Gallery incluiu o Salvator Mundi no acervo da Vinci.

Autenticidade questionada

A  autenticidade do quadro é constantemente questionada por estudiosos. O historiador de arte Frank Zöllner escreveu no prefácio de seu livro “Leonardo – the Complete Paintings and Drawings”, que a pintura “exibe uma técnica de sfumato fortemente desenvolvida que corresponde mais de perto à maneira de um aluno de Leonardo, ativo nos anos 1520, do que ao estilo do próprio mestre.”

O museu nos EAU pode levar o nome “Louvre” pelos próximos 30 anos e seis meses em troca de um pagamento à França de US$ 525 milhões. Também há um valor adicional de US$ 750 milhões em contrato para empregar gerentes franceses.

Localizado na Ilha Saadiyat, ele foi cridado em colaboração com a França e projetada pelo arquiteto Jean Nouvel. O Louvre foi a maneira dos EAU desafiar seu rival regional, o Museu de Arte Islâmica do Qatar, em Doha.